Entre África e Brasil: a permanência dos sinos de Alladá e Uidá em Minas Gerais no século XVIII
a permanência dos sinos de Alladá e Uidá em Minas Gerais no século XVIII
DOI:
https://doi.org/10.14393/cdhis.v38n1.2025.78128Resumo
Neste artigo, analiso o uso dos sinos, inclusive por mulheres, nos reinos de Alladá e Uidá, localizados na Costa da Mina, na África Ocidental, e demonstro como este instrumento musical reaparece em Minas Gerais no século XVIII, sendo utilizado por Rosa, uma africana da nação Mina. Inicialmente, abordo a formação dos povos desses reinos, para em seguida, examinar o uso da música em Alladá, com ênfase em sua função nas relações diplomáticas com outros grupos. A partir dessa análise, investigo a presença dos sinos nas fontes históricas do século XVIII, com destaque para o protagonismo das mulheres musicistas de Alladá, que cantavam e tocavam, tendo os sinos como um dos instrumentos utilizados. No quarto item do texto, apresento indícios da utilização dos sinos também nas práticas comerciais do reino de Uidá. Por fim, analiso a recriação do sino em Minas Gerais no século XVIII, com foco na africana Rosa, de nação mina, registrada como mulher escravizada de Bernardo Pinto, na Vila de São José del-Rei, em 1724. Com este estudo, busco evidenciar a continuidade das práticas musicais africanas no contexto da diáspora, tomando o sino como objeto central de análise.