Cultivar a terra

Saberes e práticas da roça entre mulheres do quilombo Itamoari (Pará)

Autores

  • Marcia do Carmo Sousa Universidade Federal do Pará (UFPA)
  • Vanderlúcia da Silva Ponte Universidade Federal do Pará (UFPA)
  • Maria Roseane Corrêa Pinto Lima Universidade Federal do Pará (UFPA)

DOI:

https://doi.org/10.14393/cdhis.v37n2.2024.75950

Resumo

O artigo focaliza a comunidade negra reconhecida como remanescente de quilombo Itamoari, no município de Cachoeira do Piriá, no Pará, objetivando investigar saberes e práticas negro-indígenas na produção das roças, no plantar e manejar os recursos naturais, analisando relatos das pessoas mais velhas da comunidade e mais especificamente os conhecimentos das mulheres negras quilombolas. Assim, discutem-se as relações entre quilombolas de Itamoari e indígenas Tembé, para se evidenciar o longo processo de suas interações e trocas nas fronteiras entre o Pará e o Maranhão. A pesquisa bibliográfica direcionada às produções sobre a história dos quilombos e mocambos na Amazônia e a pesquisa de campo com realização de entrevistas semiestruturadas com membros dessa comunidade negra, remanescente de quilombo, balizaram a investigação. O processo de formação do quilombo Itamoari, em sua tradição de luta por liberdade, autonomia e atividades camponesas, foi demarcado pela r-existência negro-indígena nos dois lados do rio Gurupi, evidenciados nos relatos das quilombolas sobre saberes e fazeres na produção das roças mas também nos cultivos que asseguram tanto o sustento quanto os cuidados com o corpo na comunidade.

Biografia do Autor

  • Marcia do Carmo Sousa, Universidade Federal do Pará (UFPA)

    Mestre em Linguagens e Saberes na Amazônia, Historiadora e Professora de História e Estudos Amazônicos no Município de Cachoeira do Piriá.

  • Vanderlúcia da Silva Ponte, Universidade Federal do Pará (UFPA)

    Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Pará/Centre de Recherche Sur Laction Locale da Université Paris 13 (Université Sorbonne Paris Nord), Antropóloga e Professora da Faculdade de História e do Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes na Amazônia, Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Bragança.

  • Maria Roseane Corrêa Pinto Lima, Universidade Federal do Pará (UFPA)

    Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense, Professora da Faculdade de História da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Bragança.

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Publicado

21-01-2025

Edição

Seção

Dossiê Espaço rural, populações tradicionais e políticas de Estado (séculos XIX-XXI)

Como Citar

Cultivar a terra: Saberes e práticas da roça entre mulheres do quilombo Itamoari (Pará). (2025). Cadernos De Pesquisa Do CDHIS, 37(2), 288-324. https://doi.org/10.14393/cdhis.v37n2.2024.75950