O conflito armado no cinema peruano (1980-2000)
DOI:
https://doi.org/10.14393/cdhis.v37n2.2024.75831Resumo
O cinema peruano ressignifica o conflito armado (1980-2000) com discursos que expõem o passado de opressão contra camponeses por parte das Forças Armadas do Peru e de modo ambíguo ou antagônico são apresentadas as violências que se manifestam na insurgência da luta armada dos senderistas. Os filmes como narrativas dessas experiências se definem à urgência de confrontação dos traumas gerados pelo conflito interno e das violências contra indígenas historicamente vividas. Reconstituir a luta armada como resposta às opressões coloniais resulta na pretensão de passar pelo tempo histórico da colonização, rever os genocídios indígenas até se chegar aos assassinatos no conflito armado e ainda entender os precedentes desse passado violento no tempo presente. Por meio da análise fílmica pretendemos chegar ao conhecimento capaz de reacender o que não foi dito no passado e que nos coloca diante dos conflitos e crises do presente. Os dilemas postos pelas narrativas fílmicas, os aspectos determinados pela tensão que se arma entre a produção, o ambiente em que se realiza, o mundo simbólico, e a recepção, todos esses aspectos são significativos para o entendimento da política do cinema peruano em suas abordagens à guerra interna.