A Interpretação do SNI em relação às associações religiosaas empenhadas na questão indígena durante a Ditadura Militar (1964-1985)
DOI:
https://doi.org/10.14393/cdhis.v37n1.2024.71274Resumo
O Serviço Nacional de Informações (SNI) foi o principal órgão de vigilância estratégica durante a ditadura militar brasileira (1964-1985). Em um levantamento prévio dos arquivos inéditos do SNI disponibilizados no Núcleo de Documentação e Pesquisa Histórica (NDPH) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), foi identificada a preocupação do órgão com três diferentes entidades religiosas associadas às questões indígenas: Associação das Igrejas do Cristianismo Decidido; Associação Nacional de Apoio ao Indígena (ANAI); e Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o qual identificavam como potencialmente subversiva. Pretende-se, dessa forma, aprofundar-se nos documentos do SNI e expor sua visão sobre a relação entre o órgão investigativo da ditadura e os grupos supracitados, identificando quais ações buscavam tomar e como entendiam o elo entre os mesmos e as populações originárias. Analisa-se neste trabalho tanto a perspectiva do governo brasileiro da época sobre os povos indígenas quanto as diferentes associações que estes fizeram para resistir às opressões historicamente sofridas e ampliadas naquele momento pela falta de amparo da sua principal entidade, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI).