Terror, memória e trauma em À sombra das torres ausentes, de Art Spiegelman
DOI:
https://doi.org/10.14393/cdhis.v36n1.2023.69465Resumo
O objeto desse artigo é a história em quadrinhos “À sombra das torres ausentes”, de Art Spiegelman. Publicada em forma de livro em 2004, suas 10 pranchas apareceram entre 2002 e 2003, individualmente ou em conjunto, em jornais e revistas dos Estados Unidos e países da Europa. Na primeira parte, é apresentada a obra e sua trajetória no mercado editorial norte-americano, até a edição definitiva. Na sequência, são discutidas algumas das imagens produzidas por Spiegelman a partir da noção de acontecimento sem precedentes, do filósofo francês Jacques Derrida. Finalmente, na terceira e última parte, são analisadas duas pranchas com o intuito de pensar como a narrativa de Spiegelman produz relações com o tempo histórico e a memória traumática. Recorrendo aos conceitos de montagem e remontagem, de Georges Didi-Huberman, a intenção é mostrar como as experimentações visuais de Spiegelman criam uma singular anacronia temporal em que o presente é atravessado pelas distintas temporalidades passadas que o habitam.