A inquisição na França medieval
Narrativas historiográficas nos anais do Vaticano
DOI:
https://doi.org/10.14393/cdhis.v34n2.2021.63421Resumo
O passado é questionado a partir das demandas políticas do presente. A Igreja Católica, como Instituição hegemónica de poder, tem recorrido à ressignificação da sua memória como ferramenta de atualização política. Sob uma perspectiva teológica, a purificação da memória foi promovida pelo Grande Jubileu na primeira metade da década de 1990, tendo como uma de suas pautas a História das Inquisições. Pela primeira vez, em 1998, o antigo Arquivo Secreto Vaticano abriu as suas portas para a investigação acadêmica, promovendo um debate entre História e Teologia, a partir de documentos inquisitoriais. Pretende-se discorrer acerca das narrativas historiográficas sobre a história da inquisição medieval francesa segundo os Anais publicados em 2003. Buscar-se-á analisar as justificativas teológicas defendidas pelos investigadores, bem como a questão da memória, percebendo os elementos que sustentam tais discursos.