Retórica e romance histórico
apontamentos sobre The Antiquary (1816), de Walter Scott
DOI:
https://doi.org/10.14393/cdhis.v34n1.2021.61952Resumo
Este artigo discute alguns aspectos da incorporação do âmbito histórico no romance a partir de um breve exame da obra The Antiquary (1816), de Walter Scott. Para isso, propõe-se um recorte histórico-temático que assume, por um lado, a permanência fragmentada da Retórica na Europa do século XVIII e de toda uma tradição de subgêneros narrativos vinculados a ela; e, por outro, um crescente mercado de bens culturais a que se vinculam noções como “originalidade”, “propriedade intelectual”, “autoria/autoridade”, entre outras (Cf. WATT, 2007, p. 15; HANSEN, 2008, p. 213). Relendo a clássica noção lukacsiana da “natureza descontínuo-heterogênea” do romance (LUKÁCS, 2000, p. 101), propõe-se aqui que o protagonismo do antiquário na obra de Scott logra articular passado e presente por um viés intencionalmente paradoxal, figurando o perspectivismo histórico que é a base do romance moderno.
Palavras-chave: Romance histórico; Retórica; Walter Scott.