Igreja Católica e a Ditadura Militar em Belo Horizonte na década de 1960: uma Igreja e duas militâncias
DOI:
https://doi.org/10.14393/cdhis.v31n1.2018.46292Resumo
A relação estabelecida entre Igreja e Estado no período da Ditadura Militar nos remete às transformações da própria Igreja e sua heterogeneidade de sujeitos e práticas, aproximações e distanciamentos do poder político. O objeto de estudo é a Igreja Católica de Belo Horizonte na década de 1960 e sua respectiva relação com o Estado, marcado pelo regime militar. Propomos analisar a relação entre Igreja e Estado, atentando para as tensões e conflitos entre essas instituições e internamente à própria Igreja e seus agentes. Na dimensão metodológica e documental, utilizaremos entrevistas. Podemos verificar que a Igreja de Belo Horizonte se caracterizou pela militância, tanto progressista como conservadora, que, em função dos conflitos internos dos grupos e práticas contraditórias, tardiamente posicionou-se contra o regime militar. Embora o clero se caracterizasse por assumir distintas opções políticas, principalmente em função das orientações de renovação eclesial proposta pelo Concílio Vaticano II, a hierarquia optou por uma postura de acomodação, tanto em relação ao Estado, quanto em relação aos seus agentes eclesiásticos