Política e democracia no âmbito da República Velha em Canudos
DOI:
https://doi.org/10.14393/cdhis.v28i2.35891Palavras-chave:
Interdisciplinaridade, República, Democracia, Sujeito de direitos, Política,Resumo
Estas reflexões são fruto das discussões propiciadas pela disciplina Imaginário e Representações Sociais e Políticas, no desenvolvimento do tema da "implantação" da República, a partir da abordagem interdisciplinar entre História, Direito e Literatura, na obra Os sertões, de Euclides da Cunha. Como resultado referente à primeira fase da pesquisa em andamento, o trabalho discute ideias de Gomes, Capelato, Rémond e Rosanvallon, a partir das propostas dos deslocamentos necessários das temáticas históricas para o eixo da democracia, apesar das dificuldades que isso possa apresentar no contexto da República Velha. Isto representa uma revitalização do estudo do político, sob novos parâmetros metodológicos e epistemológicos; buscando superar as deficiências dos conservadorismos e determinismos. Discutimos, também, elementos conceituais de Ricoeur relacionados à  memória e ao esquecimento, na busca de novas possibilidades investigativas dentro da história política e suas reflexões sobre cultura pública e democracia, a partir de práticas
e representações sociais. Abordamos, ainda, Paoli, com relação ao esvaziamento dos espaços públicos, em nome de um suposto conhecimento técnico-científico, nas esferas do Estado. Além disso, A questão do poder e da justiça são temas recorrentes na literatura, e um aspecto que cremos poder ser deduzido da leitura de Os sertões é que esta obra deixa transparecer a existência de uma noção articulada de temas políticos, principalmente, os relacionados ao poder, forma de governo e administração da justiça; mas que prenuncia um novo direito, o qual considera acima de tudo o sujeito de direitos.