Hidrofobicidade da superfície celular e formação de biofilme de Candida sp em diferentes meios de cultura

Autores

  • Bruno Ezequiel Carvalho Porfírio Universidade Estadual de Goiás
  • Charles Lima Ribeiro Universidade Estadual de Goiás
  • Mauricio de Sousa Oliveira Universidade Estadual de Goiás
  • Evandro Leão Ribeiro Universidade Estadual de Goiás
  • Maria do Rosário Rodrigues Silva Universidade Estadual de Goiás
  • Plínio Lázaro Faleiro Naves Universidade Estadual de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.14393/BJ-v33n3-34770

Palavras-chave:

Biofilm, Hydrophobicity, Candida albicans, Candida parapsilosis

Resumo

A adesão é considerada um passo essencial para a disseminação, infecção e persistência das leveduras do gênero Candida nos hospedeiros. A habilidade dessas leveduras em se aderir a superfícies bióticas e abióticas depende de fatores, incluindo a hidrofobicidade da superfície celular. Uma vez aderidas, estas leveduras são capazes de crescer como biofilmes, os quais são caracterizados como comunidades estruturadas de células encapsuladas dentro de uma matriz extracelular, resistentes a drogas antifúngicas. Neste contexto, objetivou-se analisar a hidrofobicidade da superfície celular e a formação específica de biofilme de Candida spp. em diferentes meios de cultura: caldo Sabouraud dextrose (CSD), saliva artificial (SA), Roswell Park Memorial Institute medium (RPMI 1640) e N-acetylglucosamineyeast nitrogen base-proline (NYP). Foram estudadas seis leveduras do gênero Candida, sendo três C. albicans (Ca): Ca ATCC 10231 e os isolados clínicos Ca34 e Ca05 e C. parapsilosis (Cp): Cp ATCC 22019 e os isolados clínicos Cp120 e Cp38. A hidrofobicidade foi calculada como a porcentagem da redução da turbidez da fase aquosa, devido a retenção das células hidrofóbicas no hidrocarboneto pelo método bifásico água-hidrocarboneto MATH (Teste de Adesão Microbiana a Hidrocarbonetos). O índice de formação de biofilme foi calculado com as densidades ópticas obtidas por meio do crescimento das leveduras nos meios de cultura em poços de placa de microtitulação de poliestireno e posteriormente corados com cristal violeta a 1%. Os resultados demonstraram que a hidrofobicidade variou de acordo com os meios e as leveduras estudadas, sendo que duas (Ca34 e Ca10231) apresentaram variação significativa entre os meios. Foi verificado um caráter mais hidrofóbico das células crescidas em RPMI 1640 e mais hidrofílico nas células crescidas em caldo Sabouraud dextrose. A formação específica de biofilme apresentou-se mais intensa em RPMI 1640 do que nos outros
meios, o que já era esperado pela sua capacidade de induzir o processo de transição levedura-hifa, o qual é considerado um dos fatores cruciais envolvidos na adesão de leveduras. Com os resultados obtidos, infere-se que o RPMI 1640 é o melhor meio para obtenção de biofilme in vitro, pois as células foram mais hidrofóbicas, o que pode aumentar a adesão das  mesmas à placa de poliestireno, e oferecer nutrientes necessários para o completo desenvolvimento das células e do próprio biofilme.  

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Publicado

2017-05-24

Como Citar

PORFÍRIO, B.E.C., RIBEIRO, C.L., OLIVEIRA, M. de S., RIBEIRO, E.L., SILVA, M. do R.R. e NAVES, P.L.F., 2017. Hidrofobicidade da superfície celular e formação de biofilme de Candida sp em diferentes meios de cultura . Bioscience Journal [online], vol. 33, no. 3, pp. 739–746. [Accessed22 novembro 2024]. DOI 10.14393/BJ-v33n3-34770. Available from: https://seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/view/34770.

Edição

Seção

Ciências Biológicas