A Farsália, de Lucano, como obra historiográfica

Autores

  • Leni Ribeiro Leite

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v21-n38-2019-50159

Palavras-chave:

Farsália, Lucano, épica histórica

Resumo

Partindo das reflexões de Rao, Shulman e Subrahmanyam sobre a textura das narrativas históricas e do que aponta Vieira acerca dos princípios da épica romana como textos de caráter eminentemente historiográficos, procuramos neste artigo observar de que forma a Guerra civil de lucano se aproxima mais de uma narrativa historiográfica romana, a partir do que laird chama de “retórica da historiografia romana”, do que da epopeia vergiliana, tomada como exemplar. Para tanto, analisaremos trechos da obra de lucano em contraste com outras, como as de Plínio o Velho, Tito Lívio e Veleio Patérculo. com isso, pretendemos trazer um exemplo de como gêneros entendidos como eminentemente ficcionais, como a epopeia, podem ser considerados historiográficos em outras sociedades.

 

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Biografia do Autor

Leni Ribeiro Leite

Doutora em Letras Clássicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e dos Programas de Pós-graduação em Letras e em História da mesma instituição. Pesquisadora do CNPq. Autora, entre outros livros, de Épica II : Ovídio, Lucano, Estácio. Campinas: Editora da Unicamp, 2016.

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Publicado

2019-06-12

Como Citar

Ribeiro Leite , L. . (2019). A Farsália, de Lucano, como obra historiográfica . ArtCultura, 21(38), 59–72. https://doi.org/10.14393/artc-v21-n38-2019-50159

Edição

Seção

Dossiê: História & poesia épica