Os sertões: incipt tragoedia

Autores/as

  • Henry Burnett

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v25-n47-2023-73164

Palabras clave:

Euclides da Cunha, Friedrich Nietzsche, tragédia

Resumen

O artigo explora as duas primeiras sessões do livro de Euclides da Cunha, Os sertões: “A terra” e “O homem”. A partir da leitura de outros autores e de alguns comentadores, tendo a crítica de Nietzsche à modernidade como pano de fundo, analiso a dimensão trágica do homem sertanejo tal como construída por Euclides, sem desconsiderar os movimentos narrativos que produziram o que podemos chamar de uma inversão ética, momento em que o escritor se impôs sobre o jornalista e exmilitar então incumbido de registrar a campanha de Canudos em seu ápice, quando os seguidores de Antonio Conselheiro seriam dizimados pelas tropas do Exército.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Henry Burnett

Doutor em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor do Departamento de Filosofia e do Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), bem como do Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal do Pará (UFPA). Pesquisador do CNPq. Autor, entre outros livros, de Espelho musical do mundo. Campinas: Phi, 2021. 

Citas

BERNUCCI, Leopoldo. Cientificismo e aporias em Os sertões. In: Discurso, ciência e controvérsia em Euclides da Cunha. São Paulo: Edusp, 2008.

BURKE, Peter. A cultura popular na idade moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

CANDIDO, Antonio. Euclides da Cunha sociólogo. In: Textos de intervenção. São Paulo: Editora 34/Duas Cidades, 2002.

CANDIDO, Antonio. Quatro esperas. In: O discurso e a cidade. 3. ed. Rio de Janeiro: Duas Cidades/Ouro sobre Azul, 2004.

CARDOSO, Eduardo Wright. A visualização da paisagem nacional: apreensões diversas da cor local em José de Alencar e Euclides da Cunha. História Unisinos, v. 22, n. 1, São Leopoldo, jan.-abr. 2018.

CASTRO, Eduardo Viveiros de. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Ubu, 2018.

CHAVES, Ernani e SENA, Allan Davy Santos. Nem gênio, nem herói: Nietzsche, Renan e a figura de Jesus. Revista de Filosofia Aurora, v. 20, n. 27, Curitiba, jul.-dez. 2008.

COETZEE, J. M. À espera dos bárbaros. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

CORRÊA, José Celso Martinez. Sertões: histórias de Canudos (entrevista para o canal do Instituto Moreira Salles). Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=cptI5qrFJbs>. Acesso em 2 mar. 2023.

COUTINHO, Afrânio. Os sertões, obra de ficção. In: Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 12 out. 1952.

CUNHA, Euclides da. Os sertões (edição crítica e organização de Walnice Nogueira Galvão). São Paulo: Ubu /Sesc, 2016.

CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos (Edição, prefácio, cronologia, notas e índices de Leopoldo M. Bernucci). 5. ed. Cotia: Ateliê/Sesi-SP, 2018.

FORNARI, Maria Cristina. Alfred Fouillée, ‘leitor lido’ de Nietzsche. Cadernos Nietzsche, v. 40, n. 3, Guarulhos-Porto Seguro, set.-dez. 2019.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). 2. ed. São Paulo: WWF Martins Fontes, 2010.

GALVÃO, Walnice Nogueira e PERES, Fernando da Rocha. Breviário de Antonio Conselheiro. Salvador: Edufba/ Odebrecht, 2002.

GIL, Gilberto. Perguntas sobre o Brasil: o Tropicalismo está vivo? Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=_tCUi1-0pJY>. Acesso 5 mar .2023.

HERDER, J. G. Ideias para a filosofia da história da humanidade. In: GARDINER, Patrick. Teorias da história. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1969.

KAVÁFIS, Konstantinos. Poemas. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.

MACHADO, Roberto. O nascimento do trágico: de Schiller a Nietzsche. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: n-1 edições, 2018.

MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. São Paulo: n-1 edições, 2018.

NIETZSCHE, Friedrich. Da utilidade e desvantagem da história para a vida [1874]. In: Obras incompletas. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

Os sertões. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=OJxB9QiY_rk>. Acesso em 2 mar. 2023.

REALE, Miguel. Prefácio. In: CUNHA, Euclides da. À margem da história. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

ROUANET, Sérgio Paulo. Canudos chega à Alemanha. Folha de S. Paulo, 3 set. 1995.

TAUSSIG, Michal. Shamanism, colonialism, and the wild man: a study in terror and healing. Chicago: University of Chicago Press, 1987.

VENTURA, Roberto. Euclides da Cunha: esboço biográfico. 2. ed. ampliada (organização: Mario Cesar Carvalho e José Carlos Barreto de Santana). São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

VERNANT, Jean Pierre. A bela morte e o cadáver ultrajado. Discurso, n. 9, São Paulo, 1978.

Publicado

2023-12-30

Cómo citar

Burnett, H. (2023). Os sertões: incipt tragoedia. ArtCultura, 25(47), 26–49. https://doi.org/10.14393/artc-v25-n47-2023-73164

Número

Sección

Minidossier: Entre historia y literatura