Hysteria as materiality and subversion

a cartography of gendered suffering and an invitation to connotative inversion

Authors

DOI:

https://doi.org/10.14393/HTP-v5n2-2023-70224

Keywords:

Discourse, Fibromyalgia, Hysteria, Gender, Performativity

Abstract

Based on the interlocution between texts by Michel Foucault, theories of deconstruction of the subject that problematize the classic theories of Psychoanalysis and the discussion of gender and performativity established by Judith Butler, this essay aims to produce an attempt to map the bodily and psychic suffering named by Fibromyalgia, a syndrome considered a contemporary hysteria that predominantly affects women today, in order to map agency and discursive productions related to a type of manifestation that has much to say about the social expectations applied to a certain type of femininity. The processes of subjectivation can have their enunciation inscribed in the body – either through psychic or medicalization processes –, which is why it is necessary to try to encompass in this discussion the inextricable relationship between power, discourse and materiality. The text suggests a subversive revision of the expression hysteria and its derived terms, to finally propose a new connotation of use and meaning to the word that can indexicalize discursive formations and subjectivities in development.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Kamila Caetano Almeida, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Kamila Caetano Almeida é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e revisora de textos no Instituto Federal Catarinense (IFC).

References

AUSTIN, John L. How to Do Things with Words. 2. ed. Oxford: Oxford University Press, 1976.

BARAD, Karen. Performatividade pós-humanista: para entender como a matéria chega à matéria. Trad. Thereza Rocha. Vazantes, v. 1, n. 1, 2017.

BRAGA, Sandro; FURLANETTO, Maria Marta. Análise do Discurso: o campo. In: BRAGA, S.; MORITZ, M. E. W.; REIS, M. S.; RAUEN, F. J. (Org.). Ciências da linguagem: analisando o percurso, abrindo caminhos. Blumenau: Nova Letra, 2008, p. 129-143.

BRAGA, Sandro. MENEGHEL, Patrícia da Silva. Do corpo de todos nós ao corpo do (eu): efeitos de subjetividade na singularidade corpórea. Redisco, v. 2, n. 2, p. 88-100, 2013.

BUTLER, Judith. A vida psíquica do poder: teorias da sujeição. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 21. ed.

Trad. Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021.

BUTTURI JUNIOR, Atilio Butturi; CAMOZZATO, Nathalia Müller. Prolegômenos a uma análise neomaterialista dos discursos. In: SEVERO, C. G.; BUZATO, M. E. K. (Org.). Cosmopolítica e linguagem. Araraquara, SP: Letraria, 2023, p. 76-96. [livro eletrônico]

CAMOZZATO, Nathalia Muller. Biotecnovoz e gênero-dissonância: a voz e o discurso no realismo agencial. Fórum Linguístico, Florianópolis, v. 19, n. 3, p. 8335-8350, jul./set. 2022. DOI: https://doi.org/10.5007/1984-8412.2022.e91142

CAPONI, Sandra. Biopolítica e medicalização dos anormais, Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, n. 19, p. 529-549, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-73312009000200016

DAVIS, Noela. New Materialism and Feminism's Anti-Biologism: A Response to Sara Ahmed. European Journal of Women’s Studies, n. 16, p. 67-79, 2009. DOI: https://doi.org/10.1177/1350506808098535

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 1. Trad. Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. Rio de janeiro: Editora 34, 1995.

DIEHL, Eliana; MANZINI, Fernanda; BECKER, Marina. “A minha melhor amiga se chama Fluoxetina”: consumo e percepções de antidepressivos entre usuários de um centro de atenção básica à saúde. In: MALUF, S. W.; TORNQUIST, C. S. (Org.). Gênero, saúde e aflição: abordagens antropológicas. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2010, p. 331-365.

FREUD, Sigmund. Estudos sobre a histeria. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

FREUD, Sigmund. Obras completas, volume 6: três ensaios sobre a teoria da sexualidade, análise fragmentária de uma histeria (“O caso Dora”) e outros textos (1901-1905). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2016 [1856-1939].

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1977.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: A vontade de saber. Trad. Maria Thereza da Costa Albuquerque e J.A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 10. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra,

GONZALEZ, Barbara Isabel Dinis. Aspectos Psicológicos da Fibromialgia: personalidade e história de vida. Tese (Doutorado em Psicologia Clínica) - Universidade de Lisboa, 2013.

HARAWAY, Donna. Manifesto Ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo socialista no final do século XX. In: HARAWAY, D.; KUNZRU, H.; TADEU, T. (Org.). Antropologia do Ciborgue: as vertigens do pós-humano. 2. ed. São Paulo: Autêntica, 2009, p 33-118.

MALUF, Sônia Weidner; TORNQUIST, Carmen Susana. Nervos e nervosas no contexto das aflições contemporâneas: entrevista com Maria Lucia da Silveira. In: MALUF, S. W.; TORNQUIST, C. S. (Org.). Gênero, saúde e aflição: abordagens antropológicas. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2010.

MARINHO, Cristiane. Processos de subjetivação, governamentalidade neoliberal e resistência: uma leitura a partir de Michel Foucault e Judith Butler. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Filosofia (Fafil), Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Goiânia, 2020.

MARTÍNEZ-LAVÍN, Manuel. Fibromialgia sem mistério: um guia para pacientes, familiares e médicos. São Paulo: MG Editores, 2014.

MEISSNER, Hanna. La política como encuentro y respons-habilidad: aprender a conversar con los outros enigmáticos. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 25, n. 2, maio/ago. 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/1806-9584.2017.v25n2p935

MOLINA, José Artur. O que Freud dizia sobre as mulheres. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011.

MORRIS, David B. The Culture of Pain. Berkeley: University of Berkeley Press, 1991.

NERI, Regina. Anti-Édipo / Psicanálise: um debate atual. Ágora, v. VI, n. 1, p. 21-43, jan./jun. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/agora/a/wgnN6FY3TnvW4GV76VPPjFd/?lang=pt&format=html#. Acesso em: 4 jul. 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-14982003000100002

ORTIZ, Damaris Roure. Subjetividades discursivas del dolor crónico femenino: una aproximación psicoanalítica. Tese (Doutorado) - Universidad de Puerto Rico, Departamento de Psicología, Puerto Rico, 2023.

PINTO, Joana Plaza. Linguagem, feminismo e efeitos de corpo. In: SILVA, D. N.; FERREIRA, D. M. M.; ALENCAR, C. N. (Org.) Nova Pragmática: modos de fazer. São Paulo: Cortez Editora, 2014, p. 171-190.

ROUDINESCO, Elizabeth. IV. O sexo, a mulher e a histeria. In: ROUDINESCO, E. História da psicanálise na França: a Batalha dos Cem Anos. Vol. 1: 1885-1939. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1989, p. 38-44.

SILVEIRA, Maria Lúcia da. O nervo fala, o nervo cala: a linguagem da doença. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2000. DOI: https://doi.org/10.7476/9788575416099

SLOMPO, Thais Krukoski Marques e Silva; BERNARDINO, Leda Mariza Fischer. Estudo comparativo entre o quadro clínico contemporâneo “fibromialgia” e o quadro clínico “histeria” descrito por Freud no século XIX. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. IX, n. 2, p. 263-278, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/1415-47142006002006

Published

2023-12-29

How to Cite

CAETANO ALMEIDA, K. Hysteria as materiality and subversion: a cartography of gendered suffering and an invitation to connotative inversion. Revista Heterotópica, [S. l.], v. 5, n. 2, p. 190–211, 2023. DOI: 10.14393/HTP-v5n2-2023-70224. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/RevistaHeterotopica/article/view/70224. Acesso em: 22 jul. 2024.