Discursos dos migrantes haitianos
tensões entre as experiências, os imaginários sociodiscursivos e o racismo
DOI:
https://doi.org/10.14393/HTP-v6nespecial-2024-76099Palavras-chave:
Migrantes haitianos, Imaginários sociodiscursivos, Racismo, Afetos, PreconceitoResumo
A pretensão deste texto é apresentar reflexões sobre algumas experiências vividas por migrantes haitianos na região metropolitana de Belo Horizonte, sudeste do Brasil, estabelecendo um diálogo entre discursos midiáticos, as experiências de um pós-graduando haitiano e investigações realizadas em grupo de pesquisa em uma universidade pública brasileira. Para tal, nos apoiamos em autores cuja centralidade do trabalho está nos processos de afetação e na valorização da experiência (Mendonça; Moriceau, 2017; Mantovani; Pessoa; Sousa, 2019), bem como nas tensões com imaginários sociais (Charaudeau, 2007; Abril, 2013; Pessoa, 2018; 2015) e críticas em torno da raça e do racismo (Mbembe, 2018). A empiria é constituída de relatos de haitianos (Dornelas, 2016; Marques; Therrier, 2017) e associados a fragmentos de testemunhos de migrantes que se mudaram do Haiti para o Brasil e tiveram suas experiências publicadas pelo jornal O Tempo. Pesquisa que vem sendo realizada nos últimos anos ancora-se em perspectiva qualitativa na escolha de reportagens, em revisão bibliográfica e no debate instaurado sob a triangulação: afetos, imaginários e racismo, que forjam cenários de preconceito e, consequentemente, intensificam dificuldades para a adaptação desses migrantes no país no qual tentam uma nova vida.
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