Quem são os “moleques” e os “pivetes” nos dicionários de língua portuguesa?
Um estudo discursivo, linguístico e histórico
DOI:
https://doi.org/10.14393/HTP-v5n1-2023-68040Palavras-chave:
Moleque, Pivete, Dicionário, Análise do Discurso, História das Ideias LinguísticasResumo
Este trabalho é uma análise discursiva do funcionamento dos discursos racializados a partir de entradas dos verbetes "moleque" e “pivete” em dicionários de língua portuguesa produzidos entre o séc. XVIII e o séc. XXI. O embasamento teórico está sustentado nos pressupostos da Análise do Discurso de perspectiva materialista e da História das Ideias Linguísticas. Nesse sentido, pretendeu-se analisar os deslizamentos de sentido dos verbetes tendo em vista os desdobramentos históricos da sociedade brasileira no tempo. O trabalho foi feito ao considerar dicionários como instrumentos linguísticos hegemônicos da colonização, e o racismo como componente estrutural da sociedade brasileira na história. Por fim, concluiu-se que a memória discursiva que atravessa os verbetes em questão permite a associação, ainda hoje, de discursos racializados e efeitos de sentido pejorativos associados às designações “moleque” e “pivete”.
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