Corpo, estupro e processo de não-nomeação em Cidade de Deus

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/HTP-v3n2-2021-62264

Palavras-chave:

Sujeito, Corpo, Interdição

Resumo

Este estudo tem como objetivo analisar o funcionamento discursivo do estupro em Cidade de Deus, a partir do dispositivo teórico e metodológico da Análise de Discurso. Ao observar o discurso fílmico, compreendemos que a relação sujeito e corpo constitui um olhar sobre a violência contra a mulher, materializando no filme, pela cena do estupro e pelo processo de não-nomeação, a interdição do desejo feminino, da opressão sofrida pela mulher, da objetificação dos corpos e das relações de força, que se marcam pela divisão dos sentidos.

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Biografia do Autor

Fernanda Surubi Fernandes, Universidade Estadual de Goiás - UEG/Unidade de Iporá

Professora na área de Língua Portuguesa e Linguística da Universidade Estadual de Goiás - UEG, no curso de Letras/Campus Oeste/Unidade de Iporá. Doutora em Linguística pela Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.

Olimpia Maluf Souza, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT

Possui graduação em Psicologia pela Universidade de Uberaba (1982), Mestrado (2000) e Doutorado (2004) em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP. Atualmente é professora titular da graduação e da pós-graduação em Linguística pela Universidade do Estado de Mato Grosso/UNEMAT.

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Publicado

2021-11-10

Como Citar

SURUBI FERNANDES, F.; MALUF SOUZA, O. Corpo, estupro e processo de não-nomeação em Cidade de Deus. Revista Heterotópica, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 63–81, 2021. DOI: 10.14393/HTP-v3n2-2021-62264. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/RevistaHeterotopica/article/view/62264. Acesso em: 23 jul. 2024.