Máquinas de guerra e sua potência revolucionária

produção-escrita como afirmação da vida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/HTP-v3n1-2021-59092

Palavras-chave:

Máquina de guerra, Escrita, Manoel de Barros, Luiza Romão, Tempos contemporâneos

Resumo

Considerando a potência revolucionária e as singularidades das diversas máquinas de guerra, almejamos discorrer acerca da escrita enquanto objeto e foco do presente estudo. Pensando com e a partir da filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, e também acionando ferramentas de análise advindas da arqueogenealogia de Michel Foucault, como sujeito, relações de poder e práticas de resistência, vislumbramos perceber e depreender de que maneira(s) a escrita pode ser prática de resistência e técnica de afirmação da vida. Para tanto, não nos lançaremos a análises de uma materialidade específica privilegiando uma noção ou ‘conceito’, mas ora ou outra traremos sequências enunciativas a fim de exemplificar como a máquina de guerra escrita detém condições revolucionárias e inventivas, funcionando como uma resposta às condições de adoecimento e morte em tempos contemporâneos. Desse modo, utilizaremos as produções-escrita de Manoel de Barros e de Luiza Romão por acreditarmos que são legítimas máquinas de guerra e que, cada qual em seu próprio fluxo, protagonizam operações enquanto literatura menor, com suas intensidades e efeitos de sentido próprios, traçando seus processos e lutas políticas em jogos de experimentação.

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Biografia do Autor

Amanda Soares Mantovani, Universidade Federal de Catalão - UFCAT

Mestranda em Estudos da Linguagem pelo Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal de Catalão (UFCAT). Graduada em Letras, Português e Inglês pela mesma instituição. Bolsista CAPES.

Marcelo Vinicius Costa Amorim, Universidade Federal de Catalão - UFCAT

Doutorando e mestre em Estudos da Linguagem pelo Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal de Catalão (UFCAT). Graduado em Psicologia, bacharelado e licenciatura, pela Universidade Federal de Goiás - Regional Catalão (UFG - RC). 

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Publicado

2021-06-15

Como Citar

SOARES MANTOVANI, A.; COSTA AMORIM, M. V. Máquinas de guerra e sua potência revolucionária: produção-escrita como afirmação da vida. Revista Heterotópica, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 149–170, 2021. DOI: 10.14393/HTP-v3n1-2021-59092. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/RevistaHeterotopica/article/view/59092. Acesso em: 23 dez. 2024.