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Letramento, pandemia, exclusões sociais no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14393/HTP-v3n1-2021-59032Palavras-chave:
Pandemia, Letramento, Exclusões Sociais, Escola Republicana, ArqueogenealogiaResumo
A pandemia de COVID 19, durante o ano de 2020, exigiu o enfrentamento de situações inusitadas, como a suspensão de aulas presenciais nas escolas brasileiras. Os alunos mais vulneráveis foram os mais atingidos, na medida em que não tem acesso à internet e ficaram sem atividades escolares. Esse afastamento aprofunda as desigualdades históricas do nosso país. O objetivo deste artigo é problematizar a exclusão social, por meio da visada histórica sobre o letramento, acompanhando a instalação do dispositivo escolar republicano e seus prolongamentos na escola atual, com suas práticas de ensino da escrita e da leitura. Nossa abordagem adota a perspectiva foucaultiana arqueogenealógica, isto é, a investigação se faz por meio da análise dos discursos sob a ótica histórico-crítica das relações entre saberes, poderes e processos de subjetivação. A discussão sobre o letramento na Escola Republicana nos mostra que as práticas são orientadas por um forte nacionalismo ufanista, cujo efeito é o ocultamento das contradições e segregações para a manutenção da ordem desigual. O prolongamento dessa segregação, no momento atual, no programa Conta pra mim (MEC, 2019), ocorre na ausência de políticas afirmativas e aprofunda o abismo entre aqueles que tem acesso ao letramento pela via digital e outros que são alijados dessa conquista social.
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