Notas arquegenealógicas sobre o uso de máscara na pandemia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/HTP-v3n1-2021-58939

Palavras-chave:

Arquegenealogia, Ética de si, Máscara, Pandemia

Resumo

A constituição de sujeitos no período pandêmico do COVID-19 se insere em uma rede de modos de subjetivação que resgatam práticas discursivas singulares ao analisar as relações entre o uso de máscaras e a produção de sentidos na/pela história. Objetiva-se analisar, por meio da descrição de enunciados, como o uso de máscaras produz efeitos de subjetividade e identidade para a constituição de um sujeito no crivo dos estudos discursivos. Seleciona-se como corpus de análise alguns enunciados recortados da reportagem digital publicada no site da UOL em 05 de junho de 2020 com o título Do Anonymous ao covid, uso de máscaras vai mudar a lógica de nossas relações, de Christian Dunker. Para tanto, este trabalho se baseia nos estudos da Análise do Discurso de linha francesa, especialmente sobre as contribuições de Michel Foucault e alguns analistas do discurso contemporâneos. O procedimento teórico-metodológico se conduz pela descrição e análise das condições de possibilidade discursiva de determinados sentidos inscritos na história e nas relações sociais com fulcro na perspectiva arquegenealógica e ética da existência. Assim, o uso de máscaras constitui um sujeito na relação entre enunciados e os jogos de verdade do individual ao coletivo na produção de subjetividades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sarah Carime Braga Santana, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da UFU (PPGEL-UFU/CAPES). Membro do Laboratório de Estudos Discursivos Foucaultianos (LEDIF/UFU/CNPq).

Antoniel Guimarães Tavares Silva, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da UFU (PPGEL-UFU). Membro do Laboratório de Estudos Discursivos Foucaultianos (LEDIF/UFU/CNPq).

Anísio Batista Pereira, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Graduado em Letras (Língua Portuguesa e suas respectivas Literaturas) e Mestre em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal de Goiás (Regional Catalão); Doutorando em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Uberlândia; Membro do Laboratório de Estudos Discursivos Foucaultianos (LEDIF/UFU/CNPq).

Referências

BUTLER, Judith. A vida psíquica do poder: teorias da sujeição. Tradução Rogério Bettoni. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

DUNKER, Christian. Do Anonymous ao covid, uso de máscara vai mudar a lógica de nossas relações. Blog do Dunker. 2020. Disponível em: <https://blogdodunker.blogosfera.uol.com.br/2020/06/05/do-anonymous-ao-covid-uso-de-mascara-vai-mudar-a-logica-de-nossas-relacoes/>. Acesso em: 15 set. 2020.

FERNANDES, Cleudemar Alves. Linguística e História: formação e funcionamentos discursivos. In: FERNANDES, C. A.; SANTOS, J. B. C. (orgs.). Análise do Discurso: unidade e dispersão. Uberlândia: Entremeios, 2004, p. 43-70.

FERNANDES, Cleudemar Alves. Análise de discurso: reflexões introdutórias. São Carlos: Claraluz, 2007.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 11. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1997.

FOUCAULT, Michel. A ética do cuidado de si como prática da liberdade. In: FOUCAULT, M. Ditos & Escritos V – Ética, Sexualidade, Política. Organização e seleção de textos, Manoel Barros da Motta, tradução de Elisa Monteiro e Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004, p. 264-287.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade III: o cuidado de si. 8. ed. Tradução Maria Thereza da Costa Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2005.

FOUCAULT, Michel. A hermenêutica do sujeito. 2 ed. Tradução Márcio Alves da Fonseca e Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos II – Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

FOUCAULT, Michel. O governo de si e dos outros: curso no Collège de France (1982-1983). Tradução Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Tradução Luiz Felipe Baeta Neves. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 42. ed. Tradução Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 2014.

FOUCAULT, Michel. Subjetividade e verdade: curso no Collège de France (1980-1981). Tradução Rosemary Costhek Abílio. São Paulo: Martins Fontes, 2016.

NAVARRO, Pedro. Pode a imagem falar na análise do discurso político? In: GREGOLIN, M. R. V.; KOGAWA, J. M. M. (orgs.). Análise do Discurso e Semiologia: problematizações contemporâneas. Araraquara: Cultura Acadêmica, 2012, p. 121-148.

SOUZA, Pedro de. Práticas de liberdade em Michel Foucault: questões em aberto. Fórum Linguístico, Florianópolis, v. 16 , n. 3, p. 4003-4010, jul./set., 2019. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/forum/article/view/1984-8412.2019v16n3p4003>. Acesso em: 6 jan. 2021. DOI: https://doi.org/10.5007/1984-8412.2019v16n3p4003

Downloads

Publicado

2021-06-15

Como Citar

BRAGA SANTANA, S. C.; GUIMARÃES TAVARES SILVA, A. .; BATISTA PEREIRA, A. . Notas arquegenealógicas sobre o uso de máscara na pandemia. Revista Heterotópica, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 43–63, 2021. DOI: 10.14393/HTP-v3n1-2021-58939. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/RevistaHeterotopica/article/view/58939. Acesso em: 23 dez. 2024.