FORMATIONS, DEFORMATIONS, DECENTREMENT INSTITUTIONNALISATION ET EXPERT-ES EN GENRE ET DEVELOPPEMENT
Resumo
Resumo
A construção de um campo de conhecimento na area de « gênero e desenvolvimento », datado de 50 anos, e a exigência de integrar o gênero nas políticas e programas à partir da Quarta Conferência das Nações Unidas sobre as Mulheres em Beijing no ano de 1995 criaram uma forte demanda por pessoas expertes em gênero. Embora muitos estudos tenham se voltado para a questão do gender mainstreaming poucos abordaram as formações em gênero e menos ainda os chamados « expertes genre ».
Este artigo aborda a institucionalização das formações em gênero no « Institut de Hautes Etudes et du Développement (IHEID) », em Genebra e os resultados de um estudo voltado para pessoas que participaram de formações em gênero e desenvolvimento através do e-learning ou nos programas de mestrado em desenvolvimento entre os anos de 2008 e 2012. O artigo discute em que medida estas pessoas se consideram « expertes en genre », como as formações permitiram que elas integrassem esta questão nas suas prátcas de trabalho e de possuir uma certa autoridade em suas organizações. Estas formações se distinguem das "formações MacDo", consumidas de maneira rápida e « deformantes". Se apoiando em uma abordagem feminista - situada, reflexiva, colaborativa, transformadora -, e levando em conta a perspectiva de pessoas subalternizadas, estas formações estimulam ao contrário as capacidades analíticas descentradas. O artigo evoca como estas pessoas interpretam, reforçam et utilizam estas ferramentas de análise e de intervenção em suas realidades concretas, profissionais, pessoais, associativas, militantes. Ele discute em que medida estas pessoas desejaram e puderam manter uma dimensão crítica e feminista- abordada nas formações- no olhar que se tem sobre a realidade e na maneira de trabalhar. Isto nos permite indagar até que ponto as iniciativas feministas de produção e difusão de conhecimentos poderiam ser compatíveis com o exercício de poder que permite que alguém seja reconhecido como « expert ».
Palavras-chave: Formações em « Gênero e Desenvolvimento ». Institucionalização dos Estudos Feministas. Pesquisa-ação Feminista.Â
Résumé
La construction d'un champ de connaissances en genre et développement depuis 50 ans et l'exigence d'intégrer le genre dans les politiques et programmes depuis la Quatrième Conférence des Nations unies sur les Femmes à Beijing en 1995 ont créé une forte demande de personnes expertes en genre. Si de nombreuses études se sont penchées sur le gender mainstreaming, peu d'études se sont penchées sur les formations en genre et encore moins sur les "expertes genre".
Cet article présente l'institutionnalisation des enseignements en genre dans l'Institut de Hautes Etudes et du Développement (IHEID) de Genève et les résultats d'une étude auprès de personnes ayant suivi ces formations en genre et développement par e-learning ou dans les programmes de master en développement entre 2008 et 2012. Il discute dans quelle mesure ces personnes se considèrent expertes en genre, en quoi les formations leur permettent d'intégrer cette question dans leur travail et d'avoir une certaine autorité dans leur organisation. Les nseignements se distinguent des "formations MacDo", vite consommées et "déformantes". S'appuyant sur une démarche féministe -située, réflexive, collaborative, transformative -, et sur la prise en compte des perspectives des personnes subalternisées, elles encouragent au contraire les capacités analytiques à se décentrer. L'article évoque comment ces personnes interprètent, reforgent et utilisent ces outils d'analyse et d'intervention, dans leurs réalités concrètes, professionnelles, personnelles, associatives, militantes. Il s'interroge dans quelle mesure ces personnes ont voulu et/ou pu maintenir la dimension critique et féministe - discutée dans les enseignements - dans le regard porté sur la réalité et dans la manière de travailler. Cela pose la question de savoir comment les démarches féministes de production et diffusion de connaissances pourraient être compatibles avec un exercice du pouvoir qui permette à une personne d'être reconnue comme experte.
Mots-clés : formations genre et développement, institutionnalisation des études féministes, recherche-action féministeÂ