Hirschman, a industrialização e a teoria do desenvolvimento
Abstract
O falecimento de Albert Hirschman no final de 2012 constitui uma grande oportunidade, não apenas para celebrar a imensa contribuição deste grande pensador, como sua enorme atualidade. Assumidamente, a obra de Hirschman se sobressai não apenas pelas suas contribuições à análise do desenvolvimento econômico, mas também pela sua propensão a "transcender" as fronteiras da economia para ir ao encontro das outras ciências sociais, para utilizar o título de uma das compilações de seus ensaios. Mais do que um economista do desenvolvimento, Hirschman foi um grande cientista social. A isso deve-se acrescentar um profundo senso crítico, incluindo o de suas próprias ideias e, por isso, o uso da dialética como recurso para entender a realidade. Este ensaio analisa três aspectos da sua obra que são importantes para entender o processo latino-americano de industrialização, tanto durante a fase clássica do desenvolvimento exportador como durante a chamada "substituição de importações" - ou, utilizando a velha terminologia popularizada pela CEPAL, entre as fases do desenvolvimento para fora e para dentro. O ensaio associa três reflexões deste autor que são relevantes para entender tal processo. A primeira se refere às características da industrialização latino-americana em relação à "industrialização tardia" dos países do continente europeu, analisada por Alexander Gerschenkron. A segunda se refere à sua análise da dinâmica dos processos de desenvolvimento e sua aplicação à industrialização latino-americana. A terceira é sua reflexão sobre o auge e a crise da teoria clássica do desenvolvimento, que podemos usar como forma adequada para analisar a crise e o posterior desmantelamento da estratégia de substituição de importações. A primeira e a terceira destas reflexões se encontram em ensaios singulares de Hirschman (1971a, 1971b e 1981a). A segunda foi desenvolvida em um amplo conjunto de obras, entre as quais se pode incluir tanto Estrategia de desarrollo económico como seu ensaio mais tardio sobre encadeamentos econômicos (Hirschman, 1981b) e suas reflexões sobre suas próprias contribuições à teoria do desenvolvimento (1984).Downloads
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Published
2014-04-16
How to Cite
OCAMPO, J. A. Hirschman, a industrialização e a teoria do desenvolvimento. Revista Economia Ensaios, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil, v. 27, n. 2, 2014. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/revistaeconomiaensaios/article/view/26286. Acesso em: 26 nov. 2024.
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