Associativismo e Certificação na Cafeicultura Mineira: um estudo do Café do Cerrado e do Café da Mantiqueira de Minas
DOI:
https://doi.org/10.14393/REE-v32n1a2017-2Resumo
Cada vez mais, o acesso aos principais mercados agroalimentares se mostra condicionado a obtenção de certificações que garantam a presença de atributos de qualidade. No mercado do café, esse processo vem ocorrendo de forma rápida, sendo necessária a organização dos produtores por meio de associações e cooperativas de forma a viabilizar a comercialização da produção em mercados mais diferenciados. O presente estudo analisa o processo de organização de produtores para o estabelecimento de certificações geográficas, as chamadas Indicações Geográficas. Por meio de coleta de dados primários e secundários, foram analisados dois casos no estado de Minas Gerais, o Café do Cerrado e o Café da Mantiqueira de Minas. Considerou-se a história da cafeicultura nessas regiões bem como o perfil dos produtores e das associações que capitanearam a
obtenção das IGs. Conclui-se que em ambas as iniciativas, as associações tiveram um papel central no processo de certificação. Ademais, verificou-se que as certificações geográficas complementam outras certificações, mais ligadas a qualidade e sustentabilidade da produção, de forma a agregar maior valor e permitir acesso a mercados de nicho no exterior. Por fim, conclui-se que apesar das iniciativas de IG serem bem-sucedidas em abrir novos mercados, observa-se pouca relação dos atores dessa cadeia produtiva com outros setores locais na busca da formação de uma identidade territorial, como se observa em iniciativas semelhantes na Europa.
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