ENSINO SOBRE GLOBALIZAÇÃO EM LIVROS DIDÁTICOS DE GEOGRAFIA: UM OLHAR ATENTO PARA O APRENDIZ SURDO
Palavras-chave:
Globalização, Material didático, Ensino de Geografia para surdosResumo
Políticas educacionais atuais prezam pelo ensino de qualidade e que contemple as necessidades dos alunos, visando uma “educação para todos”, para alunos em contextos escolares regulares/inclusivos e bilíngues. Neste artigo, por meio de uma pesquisa bibliográfica (GIL, 2008) e utilizando um instrumento de análise elaborado por Cruz e Morais (2019) foi analisado um corpus constituído por dez livros didáticos de Geografia que abordam o conteúdo sobre Globalização, com o intuito de verificar se esses materiais atendem as necessidades pedagógicas de aprendizes surdos do Ensino Fundamental. A fundamentação teórica principal baseia-se em estudos sobre o conceito de Globalização (SANTOS, 1994; 2000; HARVEY, 1992; PORTO-GONÇALVES, 2006; entre outros), na educação de surdos (QUADROS, 1997; CAMPELLO, 2008; MARQUES, 1999; CRUZ e PINHEIRO, 2020), no ensino de Geografia na Educação de surdos e na criação de materiais didáticos bilíngues (ARRUDA, 2015; KELMAN; OLIVEIRA, 2018), no uso de recursos tecnológicos para o ensino ao aluno surdo (STUMPF, 2010) e em documentos legais voltados para o ensino de Geografia: Programa Nacional do Livro e do Material Didático – PNLD e Base Nacional Comum Curricular - BNCC. Resultados confirmam a hipótese de que os livros não estão em acordo com o que se propõe de ensino de qualidade, pois não exploram a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como língua de instrução e comunicação do sujeito surdo, não exploram a cultura desse aluno, além de apresentarem textos longos, densos e sem acessibilidade.
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