Mulheres “arteiras” tecendo potência
uma análise das práticas pedagógicas extensionistas
DOI:
https://doi.org/10.14393/REE-v20n12021-55234Palavras-chave:
Divisão sexual do trabalho., Mulheres, Arte, Ética, AfetoResumo
Este escrito baseia-se na observação participante obtida pela prática extensionista, junto ao grupo de mulheres “Guerreiras do Satélite”, assistidas pelo CRAS Satélite Íris, no município de Campinas-SP. O projeto que subsidia essa reflexão desenvolve atividades socioeducativas, visando contribuir para o fortalecimento das mulheres e de seus vínculos sociais. As ações são pensadas como estratégias para o enfrentamento do insulamento das mulheres que resulta da desigualdade na divisão sexual do trabalho. Observamos que o recrutamento prematuro das meninas para os trabalhos reprodutivos, o abandono escolar e a violência doméstica privam as mulheres de ocupar espaços sociais fora do núcleo familiar. Neste sentido, as intervenções utilizam Círculos de Cultura, baseados na perspectiva freiriana de educação como prática de comunhão e liberdade, e Círculos de Trabalho Artístico, que concebe a educação como esforços conativos do corpo-mente social em sua busca por preservar-se e atualizar o bem comum. Por meio da atividade problematizadora e de reconstrução imaginativa que culminam na produção artística, buscamos ressignificar o sofrimento, despertar as paixões alegres e fortalecer um devir ético que encorajem essas mulheres a perseverar em si próprias, tecer laços de solidariedade e ocupar outros espaços sociais não prescritos pelas estruturas vigentes.
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