Desafios éticos frente à necropolítica governamental na pandemia da COVID-19:

reflexões de uma acompanhante terapêutica

Autores/as

  • Ana Paula de Freitas Clínica Trilhas

Palabras clave:

Saúde Mental, Pandemia, Ética profissional, Acompanhamento terapêutico, Transtornos Mentais

Resumen

O presente relato de experiência propõe reflexões sobre o trabalho do acompanhante terapêutico durante a pandemia da COVID-19 entre os anos de 2020 e 2022 a partir do analisador conceitual da necropolítica. Tal aspecto se mostra necessário devido à forma com que a pandemia foi conduzida pelo governo brasileiro no referido período. O relato irá analisar algumas condições sob as quais o trabalho do acompanhante terapêutico aconteceu durante este período de pandemia, uma vez que este profissional transitou nos diversos espaços urbanos. É descrito em seguida três desafios éticos da prática clínica do referido período. Espera-se com isto colaborar para que o Acompanhamento Terapêutico, como um campo de práticas antimanicomiais, siga sendo um dispositivo clínico-político de resistência aos autoritarismos governamentais e às destruições das políticas públicas de saúde.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

Almeida, Silvio L. (2019). Racismo estrutural. São Paulo: Editora Jandaíra.

Barbieri, Natália A., & Baptista, Carolina G. (Org.). (2013). Travessias do Tempo: Acompanhamento Terapêutico e Envelhecimento. São Paulo, SP: Casa do Psicólogo.

Barreto, Kleber D. (1998). Ética e Técnica no Acompanhamento Terapêutico: Andanças com Dom Quixote e Sancho Pança. São Paulo: Unimarco.

Baptista, J. A. S., Cavalcante, R. J. S., & Barbosa, M. (2018). Do enclausuramento à autonomia: o Acompanhamento Terapêutico na Reforma Psiquiátrica. Perspectivas em Psicologia, 22(2), 71-91. https://doi.org/10.14393/PPv22n2a2018-06

Brasil registra 47 mortes por Covid em 24 horas; média móvel está em alta há dez dias. (2022, junho 19). G1. Recuperado de: https://g1.globo.com/saude/coronavirus/noticia/2022/06/19/brasil-registra-47-mortes-por-covid-em-24-horas-media-movel-esta-em-alta-ha-dez-dias.ghtml

Carvalho, Sandra S. (2004). Acompanhamento Terapêutico: que clínica é essa? São Paulo: Annablume.

Conectas Direitos Humanos e Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – CEBRAP (2022). (2022). Financiamento público de comunidades terapêuticas brasileiras entre 2017 e 2020. Recuperado 28 jan. 2023, de: https://www.conectas.org/publicacao/financiamento-publico-de-comunidades-terapeuticas-brasileiras-entre-2017-e-2020/#wpcf7-f18339-o1.

Chaves, F. S., & Nascimento, C. L. (2020). Psicopatologia e desmedicalização da existência: Possibilidades fenomenológicas para a compreensão da saúde na contemporaneidade. Perspectivas em Psicologia, 24(2), 104–128. Recuperado de: https://seer.ufu.br/index.php/perspectivasempsicologia/article/view/58341

Danzmann, Pâmela. S., Vestena, Liliane T., & Carlesso, Janaína P. P. (2022). Consequências sociais, psicológicas e físicas na saúde mental das pessoas idosas na pandemia da COVID-19. Perspectivas em Psicologia, 26(1), 1, e65023, 1-17. Recuperado de https://seer.ufu.br/index.php/perspectivasempsicologia/article/view/65023

Foucault, Michel. (1975/1997). Vigiar e Punir: nascimento das prisões. Petrópolis: Vozes.

Foucault, Michel. (1985). História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal.

Ferreira Tosta, M. C., & Costa, C. L. (2022). Impactos da pandemia na vida das mulheres trabalhadoras: : Um olhar da Psicologia aos sofrimentos éticos-políticos . Perspectivas Em Psicologia, 26(1), e65543 1–19. Recuperado de https://seer.ufu.br/index.php/perspectivasempsicologia/article/view/65543

Ferro, Luis F., Mariotti, Milton C., Holanda, Adriano F., & Nimtz, Mirian A. (2018). Acompanhamento terapêutico em saúde mental: estrutura, possibilidades e desafios para a prática no SUS. Revista da Abordagem Gestáltica, 24(1), 66-74. https://dx.doi.org/10.18065/RAG.2018v24n1.7

Freitas, Ana P. (2015). Acompanhamento terapêutico de idosos: acompanhar o envelhecer. In: A. P. Freitas, A. P. C. Scagliarini, D. Decarlos, M. S. Arantes. Nas trilhas do acompanhamento terapêutico. (pp. 91 - 102). Uberlândia: Composer.

Han, Byung-Chul. (2018). Psicopolítica: O neoliberalismo e as novas técnicas de poder. (Trad. M. Liesen). Belo Horizonte: Editora Âyiné.

Huçalo, Ana P., Grisoski, Daniela C., & Suzuki, C. S. (2022). O trabalho na Assistência Social no contexto pandêmico: Um relato de experiência. Perspectivas em Psicologia, 26(1), e2601, 1-15. Recuperado de: https://seer.ufu.br/index.php/perspectivasempsicologia/article/view/64398

Hur, Domenico U., & Lacerda, Fernando. (2017). Psicologia e Democracia: da Ditadura Civil-Militar às Lutas pela Democratização do Presente. Psicologia: Ciência e Profissão, 37(n. spe), 3-10. https://doi.org/10.1590/1982-3703190002017.

Lemke, Ruben A., & Silva, Rosane A. N. (2013). Itinerários de construção de uma lógica territorial do cuidado. Psicologia & Sociedade, 25(spe2), 9-20. https://doi.org/10.1590/S0102-71822013000600003

Mbembe, Achille. (2016). Necropolítica. Revista Artes & Ensaios, 32. 123-151. Recuperado de: https://revistas.ufrj.br/index.php/ae/article/view/8993/7169

Merhy, Emerson E., & Franco, Túlio B. (2003). Por uma Composição Técnica do Trabalho em saúde centrada no campo relacional e nas tecnologias leves. Apontando mudanças para os modelos tecno-assistenciais. Saúde em Debate, 27(65), 316-323. Recuperado em: https://docvirt.com/asp/acervo_cebes.asp?Bib=SAUDEDEBATE&PASTA=V.27%2C+N.65+-+set&pesq=&x=65&y=7

Nascimento, Verônica G., Silva, Alan S. P., & Dazzani, Maria V. M. (2015). Acompanhamento terapêutico escolar e autismo: caminhos para a emergência do sujeito. Estilos da Clínica, 20(3), 520-534. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v20i3p520-534

Palombini, Analice L. (2006). Acompanhamento terapêutico: dispositivo clínico-político. Psiché, 10(18), 115-127, 20. Recuperado de: http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/307/30701812.pdf.

Porter, Eleanor H. (1913/2019). Pollyanna. Porto Alegre: L&PM Editores.

Porto, Maurício, Sereno, Débora. (1991). História do acompanhamento terapêutico. In: Equipe de Acompanhantes Terapêuticos do Hospital-dia A Casa (org.). A Rua como Espaço Clínico: Acompanhamento Terapêutico. São Paulo: Escuta.

Santos, Márcia P. A., Nery, Joilda S., Goes, Emanuelle F., Silva, Alexandre D., Santos, Andreia B. S., Batista, Luís E., & Araújo, Edna |M. (2020). População negra e Covid-19: reflexões sobre racismo e saúde. Estudos Avançados, 34(99), 225-243. https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2020.3499.014

Sereno, Debora. (2006). Acompanhamento terapêutico e educação inclusiva. Psychê, 10(18), 167-179. Recuperado em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psyche/v10n18/v10n18a16.pdf

Silveira, Ricardo W. M. (2016). Redução de danos e acompanhamento terapêutico: aproximações possíveis. Revista do NUFEN, 8(1), 110-128. Recuperado em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912016000100008&lng=pt&tlng=pt.

Soares, Lucas, & Méa, Cristina P. D. (2022). Saúde mental, impactos emocionais e estratégias de enfrentamento de técnicos de enfermagem em Unidade Intensiva de COVID-19. Perspectivas em Psicologia, 26(1), e2601 Recuperado de https://seer.ufu.br/index.php/perspectivasempsicologia/article/view/64683

Publicado

2022-12-30

Cómo citar

de Freitas, A. P. (2022). Desafios éticos frente à necropolítica governamental na pandemia da COVID-19: : reflexões de uma acompanhante terapêutica. Perspectivas Em Psicologia, 26(2), 1–13. Recuperado a partir de https://seer.ufu.br/index.php/perspectivasempsicologia/article/view/67940

Número

Sección

Dossiê: Clínica ampliada