VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: SIGNIFICADOS E REPRESENTAÇÕES CONSTRUÍDAS POR MULHERES VITIMIZADAS

Autores

  • Antonia de Fátima Mota Gregoleti Centro Universitário de Votuporanga - UNIFEV
  • Alexandre da Silva de Paula Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, campus Votuporanga
  • Sérgio Kodato Universidade de São Paulo - USP.

DOI:

https://doi.org/10.14393/PPv20n2a2016-04

Palavras-chave:

violência contra a mulher, histórias de vida, relações de gênero.

Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo: investigar a história de vida de sete mulheres vítimas da violência doméstica e identificar as formas pelas quais elas significam e representam o fenômeno. Referenciou-se no método de análise das representações sociais, sistematizado por Moscovici, Jodelet, Farr. As informações foram coletadas numa Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, localizada em um município do interior do Estado de São Paulo. Os procedimentos da pesquisa envolveram a realização de entrevistas semiestruturadas em profundidade e um levantamento quantitativo nos Boletins de Ocorrência. Enquanto resultados, pode-se afirmar que as mulheres compartilharam histórias de sofrimento, submissão e resistência à violência desde a infância. Na ausência de infraestrutura e suporte para o enfrentamento, as denúncias são arquivadas, o que dificulta a punição jurídica aos agressores. A ingestão de álcool pelos companheiros foi significada como fator desencadeador dos conflitos e agressões, justificando novos episódios de angústia e dor.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Antonia de Fátima Mota Gregoleti, Centro Universitário de Votuporanga - UNIFEV

Psicóloga e Bacharel em Direito

Alexandre da Silva de Paula, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, campus Votuporanga

Doutor em Psicologia.

Sérgio Kodato, Universidade de São Paulo - USP.

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Ribeirão Preto. Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

Referências

Abeya, S. G., Afework, M. F. & Yalew, A. W. (2011). Intimate partner violence against women in western Ethiopia: prevalence, patterns, and associated factors. BMC Public Health, 11(1), p. 913-930. doi.10.1186/1471-2458-11-913.

Bardin, L. (1979). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Brasil. (2006). Lei Nº 11.340, de 7 de agosto. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.

Brasil (2008). Código penal brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais.

Caravantes, L. (2000). Violencia intrafamiliar en la reforma del sector salud. In A. M. Costa, E. Merchán-Hamann & D. Tajer (Orgs.), Saúde, equidade e gênero: um desafio para as políticas públicas. Brasília: Universidade de Brasília.

Gomes, R., Souza, E. R., Minayo, M. C. S & Silva, C. F. R. (2005). Organização, processamento, análise e interpretação de dados: o desafio da triangulação. In: M. C. S. Minayo et al. (Orgs), Avaliação por triangulação de métodos: abordagem de programas sociais (pp. 185-221). Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz.

Jodelet, D. (2002). Representações sociais: um domínio em expansão. In D. Jodelet (Org.), As Representações sociais (pp. 17-44). Rio de Janeiro: Eduerj.

Haj-Yahia, M. M. (2011). Contextualizing interventions with battered women in collectivist societies: Issues and controversies. Aggression and Violent Behavior, 16(4), 331-339. doi.10.1016/j.avb.2011.04.005.

Menezes, A. L. T. (2000). Mulheres: fruto de dominação e fruta para libertação! In M. N. Strey (Org.), Construções e perspectivas em gênero (pp. 125-134). São Leopoldo: Unisinos.

Minayo, M. C. S. & Souza, E. R. (2003). Violência sob o olhar da saúde: a infrapolítica da contemporaneidade brasileira. Rio de Janeiro: Fiocruz.

Moscovici, S. (2003). Representações Sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes.

Narvaz, M. (2002). Quem são as mães das vítimas de incesto? Insight-Psicoterapia, 132(133), p. 9-13.

Organização Mundial de Saúde (2002). Relatório Mundial de Violência e Saúde. Genova.

Stickley, A., Kislitsyna, O., Timofeeva, I & Vagerö, D. (2008). Attitudes Toward Intimate Partner Violence Against Women in Moscow, Russia. Journal of Family Violence, 23, 447-456. doi.10.1007/s10896-008-9170-y

Downloads

Publicado

2017-01-10

Como Citar

Gregoleti, A. de F. M., Paula, A. da S. de, & Kodato, S. (2017). VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: SIGNIFICADOS E REPRESENTAÇÕES CONSTRUÍDAS POR MULHERES VITIMIZADAS. Perspectivas Em Psicologia, 20(2). https://doi.org/10.14393/PPv20n2a2016-04