A categoria espaço em Cantiga de esponsais de Machado de Assis
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL64-v31n1a2015-10Keywords:
Literariedade, Cânone, Espaço, Conto, Topoanálise.Abstract
A contemporaneidade, ao (re)pensar a relação literatura e cânone, instiga a revisitação de suas fronteiras de modo que vozes "ex-cêntricas" possam se deslocar das margens para serem ouvidas independentes de seu locus. Tais vozes carregam consigo uma infinitude de representações e identidades que ecoam na sua configuração e independência como é o caso de um dos temas mais retomados atualmente: o pós-colonialismo. Mas, ao repensar o cânone no Brasil, o nome de Machado de Assis (1839-1908) está naturalmente presente. As obras desse reconhecido autor tem sido (re)discutidas por sua escritura literária amalgamar aspectos interessantes em termos de literariedade e da capacidade de dialogar com o homem atemporal. Partindo dessas reflexões, nosso ensaio analisa o conto machadiano, Cantiga de esponsais (1884), sob duas perspectivas. Na primeira, observamos um Machado que transforma um enredo cotidiano em um texto cujo manejo estético permanece provocante. Assim, temos a complexa questão do cânone literário, instigando múltiplos e dicotômicos olhares sobre tradição e ruptura. Na segunda, a topoanalista: o estudo minucioso do espaço literário e o entendimento do espaço como uma categoria privilegiada para a compreensão dos múltiplos efeitos de sentido que um texto literário pode suscitar nessa contemporaneidade tão "eterna".
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