D. JOÃO NERY E OS ÍNDIOS BOTOCUDOS: FRAGMENTOS DE UMA CARTILHA NO INÍCIO DO SÉCULO XX
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O primeiro bispo da diocese do Espírito Santo, D. João Batista Corrêa Nery, em visita pastoral realizada no ano de 1900 à tribo Nak-Nhampman, tronco ainda não pacificado dos remanescentes índios Botocudos, organizou uma série de anotações linguísticas como o objetivo de transformar em uma cartilha que facilitasse a catequese daquele povo, conforme os cânones do catolicismo ro¬mano. Tais escrituras, além de representar um documento raro que registra, ainda que parcialmen¬te, os traços de uma língua extinta, servem para nos orientar na construção de problematizações no interior dos debates na História da Educação na tentativa de interpretar e teorizar a ação da Igreja Católica no despertar do século XX. Nesse caso, D. João Nery no uso de seus conhecimen¬tos linguísticos, decodifica a linguagem daqueles Botocudos e a transforma em escrita para o por¬tuguês, com o propósito de utilizá-la como instrumento de imposição civilizatória. Esta estratégia utilizada pelos jesuítas desde os primeiros tempos do Brasil colonial continuou sendo empregada como um facilitador da evangelização dos indígenas, na perspectiva de modificarem sua fé, seus costumes e sua cultura.
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Bencostta, M. L. (2011). D. JOÃO NERY E OS ÍNDIOS BOTOCUDOS: FRAGMENTOS DE UMA CARTILHA NO INÍCIO DO SÉCULO XX. Cadernos De História Da Educação, 9(2). Retrieved from https://seer.ufu.br/index.php/che/article/view/11455
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