DIVERSIDADE E POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE ESPÉCIES DE ASTERACEAE NO CERRADO NO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/BGJ-v15n1-a2024-73038

Palavras-chave:

DPPH, flavonoides, compostos fenólicos

Resumo

A flora do Cerrado brasileiro apresenta ampla biodiversidade de compostos bioativos com potencial medicinal, no entanto, ainda pouco se sabe sobre estes compostos em espécies de ocorrência natural. Considerando as constantes ameaças a biodiversidade que este bioma vem sofrendo com a expansão de áreas agrícolas, são necessárias ações que estimulem sua valorização e uso de espécies de forma sustentável. Neste estudo, objetivou-se realizar um levantamento de espécies com potencial antioxidante pertencentes a família Asteraceae ocorrentes em fragmentos de Cerrado, na região do Pontal do Triângulo Mineiro, MG. A localização das espécies foi realizada através de expedições e caminhadas aleatórias em fragmentos de Cerrado na região de Ituiutaba, Minas Gerais. Após a identificação das espécies selecionadas, amostras da parte aérea foram coletadas, secas em estufa de circulação forçada de ar à 35°C para a obtenção de massa seca para as análises fitoquímicas. O método de determinação da atividade antioxidante usando foi pela captura do radical DPPH, os compostos fenólicos totais foram determinados pelo reagente de Folin-Ciocalteau e o teor de flavonoides foi quantificado por método colorimétrico. Foram localizadas e identificadas oito espécies pertencentes a família Astearaceae. Através das análises dos resultados fitoquímicos, foi verificado a presença de fenólicos e flavonoides de forma expressiva em todas as espécies, além disso, todas apresentaram ação antioxidante.

Biografia do Autor

  • Felipe Ferreira Naves, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

    Bacharel em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Ituiutaba, Minas Gerais, Brasil.

  • Juliana Aparecida Povh, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

    Doutora em Botânica, Professora na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Ituiutaba, Minas Gerais, Brasil.

Referências

ALVES, R.; FERREIRA, A. Uso da Metodologia de Superfície de Resposta na Otimização da Extração de Compostos Fenólicos da Casca dos Frutos de Hymenaea courbaril L. (jatobá). Brazilian Journal of food technology. p. 1–13, 2019.

APG. The Angiosperm Phylogeny Group. Na update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowereing plants: AGP IV. Botanical Journal of the Linnean Society, 2016.

ATOUI, A.K. et. al. Tea and herbal infusions: Their antioxidant activity and phenolic profile. Food Chemistry, v.89 p.27–36, 2005.

AWAD, A.B.; CHAN, K.C.; DOWNIE, A.C.; FINK, C.S. Peonidin and cyanidin glycosides in açaí fruit (Euterpe oleracea Mart.) and their antioxidant activities. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 53, n. 4, p. 1222-1227, 2000.

BALDWIN, B.G. The Heliantheae Alliance. In: FUNK, V.A.S.A; STUESSY, T.F; BAYER, R.J. (eds.) Systematics, evolution, and biogeography of the Compositae. IAPT, Vienna. Pp. 689-711, 2009.

BARBASTEFANO, V. et al. Vernonia polyanthes as a new source of antiulcer drugs. Fitoterapia, v. 78, n. 7, p. 545-551, 2007.

BARROSO, G.M. et al. Sistemática de Angiospermas do Brasil. v. 3. Viçosa: UFV, 1991, 326 p.

BENEDEK, B.; KOPP, B.; MELZIG, M.F. Achillea millefolium L. s.1.- Is the anti-inflamatory activity mediated by protease inhibition? Journal of Ethnophar-macology, v.113, p.321-7, 2007.

BFG – The Brazil Flora Group (2015) Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, V.66, p. 1085-1113.

BOHLMANN, Ferdinand et al. Diterpenes from Baccharis species. Phytochemistry, v. 20, n. 8, p. 1907-1913, 1981.

BOTTERWECK, A.M.; SHOUTEN, L.J.; VOLOVICS, A.; DORANT, E.; BRANDT, T.A. Trends in incidence of adenocarcinoma of the oesophagus and gastric cardia in ten European countries. International Journal of Epidemiology, v. 29, p. 645–654, 2000.

BRAND-WILLIAMS, W.; CUVELIER, M.E.; BERSET, C. Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. Lebensmittel Wissenschaft und Technologie, v. 28, p. 25-30, 1995.

CARUSO, R. Cerrado brasileiro: desenvolvimento preservação e sustentabilidade. Campinas, SP: Fundação Cargil, 1997. 112p.

COELHO, A. J. P. et al. Effects of anthropogenic disturbances on biodiversity and biomass stock of Cerrado, the Brazilian savanna. Biodiversity and Conservation, v. 29, p. 3151-3168, 2020.

COLLI, G.R.; VIEIRA, C.R.; DIANESE, J.C. Biodiversity and conservation of the Cerrado: recent advances and old challenges. Biodiversity and Conservation, v. 29, n. 5, p. 1465-1475, 2020.

FARIAS, K.S.L et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.15, n.4, p.520-528, 2013.

FERNANDES, M.F.; CARDOSO, D.; QUEIROZ, L.P. An updated plant checklist of the Brazilian Caatinga seasonally dry forests and woodlands reveals high species richness and endemism. Journal of Arid Environments, v. 174, p. 1-8.2019.

FORZZA, R.C. et al. Introdução. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2012.

FRANÇOSO, R. D. et al. Habitat loss and the effectiveness of protected areas in the Cerrado Biodiversity Hotspot. Natureza & conservação, v. 13, n. 1, p. 35-40, 2015.

GUERRA, M.P.; NODARI, R O. Impactos ambientais das plantas transgênicas: as evidências e as incertezas. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, v.2, n.3, p.30-41, 2001.

IGUAL, M.O.; MARTUCCI, M.E.P.; COSTA, F.B.; GOBBONETO, L. Sesquiterpene lactones, chlorogenic acids and flavonoids fromleaves of Vernonia polyanthes Less (Asteraceae). Biochemical Systematics and Ecology, v. 51, p. 94-97, 2013.

ISCAN, G. et al. Biological activity and composition of the essential oil of Achillea schischkinii Sosn. and Achillea aleppica DC. subsp. Aleppica. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.54, p.170-3, 2006.

JORGETTO, G.V. et al. Ensaios de atividade antimicrobiana in vitro e mutagênica in vivo com extrato de Vernonia polyanthes Less (Assa-peixe). Revista Instituto Adolfo Lutz, v. 70, p. 53-61, 2011.

JUDD, W.S.; CAMPBELL, C.S.; KELLOG, E.A.; STEVENS, P.F. Trad. SIMÕES, A.O. et al. SistemáticaVegetal: um enfoque filogenético. Porto Alegre: Artmed, 2009.

LIMA, R.A.F.; SOUZA, V.C.; DITTRICH, V.A.O.; SALINO, A. Composição, diversidade e distribuição geográfica de plantas vasculares de uma Floresta Ombrófila Densa Atlântica do Sudeste do Brasil. Biota Neotropical, v. 12, n. 1, p. 241-249, 2012.

LIMA, T.C. et al. The genus Calea L.: A review on traditional uses, phytochemistry, and biological activities. Phytotherapy Research, v. 32, n. 5, p. 769-795, 2018.

MENDES, D.M.; HEIDEN, G.; FARINACCIO, M.A. Sinopse da família Asteraceae na Estrada Parque do Pantanal de Mato Grosso do Sul, Brasil. Heringeriana, v.16, p. 1-27, 2022.

MENSOR, L.L. et al. Screening of Brazilian plant extracts for antioxidant activity by the use of DPPH free radical method. Phytotherapy Research, v. 15, p. 12-130, 2001.

MESSIAS, M.C.T.B. et al. Popular use of medicinal plants and the socioeconomic profile of the users: a study in the urban area of Ouro Preto, Minas Gerais, Brazil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 17, n. 1, p. 76-104, 2015.

NUNES, R.J.L.; SANTOS, J.U.M.; SIMÕES, A.O. Estudos em Asteraceae (Astereales, Magnoliophyta) da Serra dos Martírios/ Andorinhas e Área de Proteção Ambiental de São Geraldo do Araguaia, Pará, Brasil. Research, Society and Development, v. 11, n. 16, e193111637366, 2022

PORTILLO, A. et al. Antifungal activity of Paraguayan plants used in traditional medicine. Journal of Ethnopharmacology, v.76, p.93-8, 2001.

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITUIUTABA. Disponível em 20/03/2023, no site: https://www.ituiutaba.mg.gov.br.

RIBEIRO, A.O.; SILVA, A.F.; CASTRO, A.H.F. Identificação de espécies da família Asteraceae, revisão sobre usos e triagem fitoquímica do gênero Eremanthus da Reserva Boqueirão, Ingaí-MG. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.12, n.4, p.456-465, 2010.

ROMANEZI, S.R.; FOGLIO, M.A.; GONTIJO, J.A.R. Effect of the crude extract of Vernonia polyanthes Less. on blood pressure and renal sodium excretion in unanesthetized rats. Phytomedicine, v. 10, n. 2, p. 127-131, 2003.

ROQUE, N.; TELES, A.M.; NAKAJIMA, J.N. A família Asteraceae no Brasil: classificação e diversidade. Salvador: EDUFBA, 2017, 260 p.

SANCHEZ-MORENO, C.; LARRAURI, J.A.; SAURA-CALIXTO F. A procedure to measure the antiradical efficiency of polyphenols. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 76, p. 270-276, 1998.

SANTOS, M.D.; BLATT, C.T.T. Teor de flavonoides e fenóis totais em folhas de Pyrostegiavenusta Miers. De mata e cerrado. Revista Brasileira de Botânica, v.21, p.135-140, 1998.

SILVA, G.H.L.; TELES, A.M.; BRINGEL JUNIOR, J.B.A. A new species of Calea (Asteraceae-Neurolaeneae) from Goiás State, Brazil. Phytotaxa, v. 265, p. 279-284, 2016.

SINGLETON, V.L.; ROSSI, J.A. Colorimetry of total phenolics with phosphomolybdic-phosphotungstic acid reagents. American Journal of Enology and Viticulture, v. 16, n. 3, p. 144-158, 1965.

SOUSA, C. M. M. et al. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, v. 30, n. 2, p. 351-355, 2007.

SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de angiospermas da flora brasileira baseado em APG III. 3ª ed. Instituto Plantarum, Nova Odessa, 2012, 768p.

STANISKI, A.; FLORIANI, N.; STRACHULSKI, J. 2014. Estudo etnobotânico de plantas medicinais na comunidade faxinalense Sete Saltos de Baixo, Ponta Grossa – PR. Terra Plural, v. 8, p. 321-240, 2014.

TAIZ, L.; ZEIGER, E.; MOLLER, I.M.; MURPHY, A. Fisiologia e desenvolvimento vegetal. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. 888 p.

TALEB-CONTINI, Silvia Helena et al. Antimicrobial activity of flavonoids and steroids isolated from two Chromolaena species. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 39, n. 4, p. 403-408, 2003.

VALKO, M. et al. Role of oxygen radicals in DNA damage and cancer incidence. Molecular and Cellular Biochemistry, v. 266, p. 37-56, 2004.

VERDI, L.G.; BRIGHENTE, I.M.C.; PIZZOLATTI, M.G. Gênero Baccharis (Asteraceae): aspectos químicos, econômicos e biológicos. Química Nova, v. 28, n. 1, p. 85-94, 2005.

Downloads

Publicado

2024-06-28

Como Citar

DIVERSIDADE E POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE ESPÉCIES DE ASTERACEAE NO CERRADO NO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO. Brazilian Geographical Journal, Ituiutaba, v. 15, n. 1, p. 24–33, 2024. DOI: 10.14393/BGJ-v15n1-a2024-73038. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/braziliangeojournal/article/view/73038. Acesso em: 5 dez. 2025.