Determinação cromatográfica de chiquimato para identificação de soja convenciolnal e resistente ao glifosato

Resumo

Este estudo estabelece um processo, sensível e confiável, com aplicação de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) para distinguir variedades de soja convencionais de geneticamente modificadas, resistentes ao glifosato, por detecção de chiquimato nas sementes. O mecanismo de ação do glifosato é bem definido. É o único herbicida que inibe especificamente a enzima 5-enolpiruvilchiquimato-3-fosfato sintase (EPSPS, E.C. 2.5.1.19), que catalisa a condensação do chiquimato com fosfoenolpiruvato. O trabalho está baseado na concepção do chiquimato se acumular significativamente nos tecidos vegetais de soja convencional, após a inibição da EPSP sintase pelo glifosato. Em plantas não submetidas ao glifosato, o chiquimato não é facilmente detectado, pois rapidamente é metabolizado a chiquimato 3-fosfato e, a seguir, em 5-enolpiruvilchiquimato 3-fosfato, pela ação da EPSPS. Por outro lado, em plantas não geneticamente modificadas submetidas ao glifosato, a metabolização do chiquimato é prejudicada, resultando em seu acúmulo. Este metabólito pode ser detectado em quantidades extremamente baixas (na faixa de mg), por HPLC. Neste trabalho foram analisados seis contrastes diferentes, sendo cada contraste formado por uma cultivar transgênica e sua respectiva cultivar parental convencional, submetidas ou não a embebição com solução de glifosato 0,6%. As análises cromatográficas indicaram o acúmulo de chiquimato apenas em cultivares convencionais, nas quais as sementes foram previamente embebidas em solução de glifosato 0,6%. Os resultados demonstraram que a detecção de chiquimato pode ser utilizada como um método rápido e preciso na diferenciação de soja resistente ao glifosato de soja convencional.