Indo e vindo de um centro cirúrgico, a avaliação dos riscos no transporte de pacientes em um hospital universitário do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14393/BJ-v36n2a2020-41797Palavras-chave:
patient transport, patient safety, surgical center, in-hospital transport.Resumo
O transporte hospitalar do paciente é uma atividade que deve ser realizada com segurança e qualidade e envolve riscos consideráveis, especialmente em pacientes cirúrgicos. O objetivo deste estudo foi avaliar a adequação ou não do transporte de pacientes cirúrgicos da unidade de internação para o centro cirúrgico e vice-versa. O perfil, a carga de trabalho em enfermagem, os profissionais envolvidos no transporte foram avaliados para a cada transporte, então os transportes foram avaliados como inadequados (quando ocorreu qualquer não conformidade) ou não. O transporte foi inadequado em 39,3% das avaliações; as não-conformidades mais comuns foram o desconhecimento do transporte no destino, documentos incorretos, paciente sozinho durante a rota, e a ausência do profissional da saúde (quando necessário). Nesta instituição e no período avaliado, o transporte era principalmente realizado por maqueiros. Pacientes com destino a unidades de internação têm maior frequência de transporte inadequado, principalmente por nenhuma comunicação. Sobre a carga de trabalho, avaliada pela pontuação de Santos, com a carga de trabalho aumentando o risco de ter o transporte inadequado também aumentou (Odds Ratio, OR = 1,21; IC95%: 1,08-1,16), e quando os pacientes foram agrupados em cuidados mínimos versus cuidado não mínimos, os últimos também mostram maior risco de transporte inadequado. Quando os transportes foram avaliados separadamente por rota, o paciente que vai para o centro cirúrgico tem maior risco quando o Score de Santos aumenta (OR = 1,168; IC95%: 1,07-1,27), e os pacientes que vão para a unidade de internação tem menor risco quando o Score de Santos aumenta (OR = 0,605; IC95%: 0,46-0,80). Pacientes no último caso, quando tem alta carga de trabalho também foram acompanhados por profissionais de saúde. A presença de profissionais de saúde quando o paciente vai para a unidade de internação também diminuem o risco (OR = 0,11; IC95%: 0,002-0,07). Quando os pacientes retornam às suas unidades mostram mais riscos de transporte e não-conformidades, talvez a razão é o descrédito atribuído ao risco nesses pacientes, uma vez que o problema cirúrgico foi resolvido. Assim, é fato que a carga de trabalho de enfermagem e a rota do transporte do paciente foram eficaz na predição do risco de transporte inadequado, sendo que apresentam grande potencial para uso prático.
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