Barulhos modernos, ruídos coloniais: a sonora São Paulo entre os séculos XIX e XX

Autores/as

  • Biancamaria Binazzi

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v26-n48-2024-75991

Resumen

Enquanto emissoras de rádio recém-nascidas irradiam pelo ar perturbações atmosféricas e sinfonias de teias de aranha, a banda do Ettore Fieramosca desce a ladeira trompetando hinos em volume interplanetário. Pa, pa, pa, pum! Um boi mugiu. Na Sé, o Ofertório da Missa de Santa Cecília desperta murmúrios sobre um esquecido mestre de capela português, e sambistas engraxates batucam seus caixotes e latinhas. No Brás, as andorinhas desafiam o apito da fábrica de tecidos. Um barbeiro assobia a “Napoletana”. Buzinas gritam como porco do mato. O violão do Canhoto no bar Cascata e a orquestra da Rádio Record paralisam quem passa pela Quintino Bocaiuva. Na saída do Theatro Municipal, engarrafamento de automóveis e cavalos. Logo de manhã, um menino rasgado grita as últimas notícias do jornal: Extra! Extra! Balbúrdia no Café Cantante e falatório de gramofones na Rua XV de Novembro.

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Biografía del autor/a

Biancamaria Binazzi

Mestra em Culturas e Identidades Brasileiras pela Universidade de São Paulo (USP). Coorganizadora do disco-livro Goma-Laca: cantos populares do Brasil de Elsie Houston. São Paulo: B. Binazzi, 2019. 

Citas

MORAES, José Geraldo Vinci de (org). Cidade (dis)sonante: culturas sonoras em São Paulo (séculos XIX e XX). São Paulo: Fapesp/Intermeios, 2022.

PRANDO, Flávia. Violões na velha São Paulo (1880-1932). CD independente, 2024.

Publicado

2024-06-30

Cómo citar

Binazzi, B. (2024). Barulhos modernos, ruídos coloniais: a sonora São Paulo entre os séculos XIX e XX. ArtCultura, 26(48), 300–305. https://doi.org/10.14393/artc-v26-n48-2024-75991

Número

Sección

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