A Barragem das Três Gargantas e o imaginário fúnebre: iconologia e cultura visual em Em busca da vida, de Jia Zhangke
DOI:
https://doi.org/10.14393/artc-v27-n50-2025-80248Palabras clave:
Jia Zhangke, iconologia, cultura visualResumen
Utilizando ferramentas teóricas e analíticas dos campos da Iconologia e da Cultura Visual, este artigo procura estudar a relação do filme Em busca da vida (San Xia Hao Ren 三峡好人, 2006), dirigido por Jia Zhangke, com alguns gêneros pictóricos e certos dispositivos de imagem. Dedicamo-nos, particularmente, à análise de uma sequência da obra, na qual podemos identificar a incorporação cinematográfica de configurações imagéticas específicas das artes visuais. Dessa forma, observamos que o trabalho do diretor passa pela elaboração de um programa pictórico e simbólico que dialoga com a tradição do teatro das sombras, com a fotografia e com os gêneros do retrato e da natureza-morta. Conforme demonstramos, o diretor chinês cria imagens cujas características permitem discernir uma relação cultural privilegiada com o imaginário fúnebre. Ele suscita, através desse imaginário, reflexões de ordem estética, antropológica e metafísica, adquirindo igualmente, a partir de uma operação singular com a matéria fílmica, um sentido social e político no interior de um determinado tempo histórico.
Descargas
Referencias
AUMONT, Jacques. Matière d’images. Paris: Images Modernes, 2005.
BARNIER, Martin et JULLIER, Laurent. Une brève histoire du cinema (1895-2015). Paris: Fayard, 2017.
BAZIN, André. Qu’est-ce que le cinéma? Paris: Les Éditions du Cerf, 2011.
BELTING, Hans. Pour une anthropologie des images. Paris: Gallimard, 2004.
BEYAERT, Anne. Une sémiotique du portrait. Tangence, n. 69, Rimouski, jul. 2002. Disponível em < https://doi.org/10.7202/008074ar >.
BORDELEAU, Erik. Still life de Jia Zhangke: les temps de la rencontre. Inflexions: Transversal Fields of Experience, n. 4, dez. Montreal, 2010.
CHION, Michel. Guide des objets sonores: Pierre Schaeffer et la recherche musicale. Paris: Ina/Buchet-Chastel, 1983.
FOLEY, Kathy and REUSCH, Rainer. Théâtre d’ombres. World encyclopedia of puppetry arts. 2010. Disponível em <https://wepa.unima.org/fr/theatre-dombres/>.
MELLO, Cecília. De “Terra amarela” a “Em busca da vida”: pintura, filosofia e a China pós-socialista. Nava, v. 1, n. 1, Juiz de Fora, jul.-dez. 2015. Disponível em <https://www.eca.usp.br/acervo/producao-academica/002834714.pdf>.
MITCHELL, William. J. Thomas. Iconologie, culture visuelle et esthétique des médias. Perspective, n. 15, v. 3, Paris, set. 2009. Disponível em <http://journals.openedition.org/perspective/1301>.
PONTÉVIA, Jean-Márie. “Tout peintre se peint soi-même”; “Ogni dipintore dipingè se”. Écrits sur l’art et pensées détachées. Bordeaux: William Blake, 1986, v. III.
SIGGSTEDT, Mette. China. Painting. In: WIRGIN, Jan (org.). The Ernest Erickson collection in Swedish museums. Stockholm: Ostasiatiska Museet, 1989.
WANG, Cheng-Ying, O legado do olhar. A pintura chinesa “Ao longo do rio durante a festa de Qingminga” no filme “Em busca da vida”. In: KAUFMAN, Mariana e SERFATY, Jo (orgs.). Jia Zhangke, A cidade em quadro. Rio de Janeiro: Fagulha, 2014.
ZHANGKE, Jia. Entretien avec Jia Zhang-ke. Entrevista concedida a Jacques Kermabon e Marie-Claude Loiselle. 24 images, n. 133, Montreal, set. 2007. Disponível em <https://www.erudit.org/fr/revues/images/2007-n133-images1108541/13537ac/.
ZHANGKE, Jia. La Chine à contretemps: entretien avec Jia Zhang-ke. Entrevista concedida a Philippe Mangeot e Emmanuel Burdeau. Vacarme, v. 58, n. 1, Paris, jan. 2012. Disponível em <https://www.cairn.info/revue-vacarme-2012-1-page-42.htm>.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos da licença Creative Commons, adotada a partir da ArtCultura, v. 21, n. 39 (jul.-dez. 2019).
CC BY-NC-ND 4.0: o artigo pode ser copiado e redistribuído em qualquer suporte ou formato. Os créditos devem ser dados ao autor original e mudanças no texto devem ser indicadas. O artigo não pode ser usado para fins comerciais. Caso o artigo seja remixado, transformado ou algo novo for criado a partir dele, ele não pode ser distribuído.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.










