Funk, soul e jazz na terra do samba: a sonoridade da Banda Black Rio

Autores/as

  • José Roberto Zan

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v27-n50-2025-80233

Palabras clave:

música popular, indústria cultural, identidade

Resumen

Formada em 1976, a Banda Black Rio reuniu exímios instrumentistas e arranjadores com o objetivo de produzir um repertório que realizasse a fusão entre o samba, o funk, a soul music, o jazz e a sonoridade das orquestras de gafieira. Entre 1977 e 1984 ela se notabilizou pela participação intensa em circuitos de bailes e shows, acompanhou artistas consagrados da MPB, e gravou três LPs que influenciaram especialmente grupos ligados à música instrumental no Brasil e no exterior. Com este artigo pretende-se demonstrar em que medida tais fusões, que originaram um estilo muitas vezes denominado de “samba-funk” ou “soul brasileiro”, resultaram de processos específicos de hibridação de gêneros musicais populares diversos, que implicaram a ressignificação do samba, tradicionalmente identificado como símbolo da brasilidade, num contexto marcado pela emergência de novos movimentos identitários. Busca-se ainda refletir sobre o sentido dessas fusões que levaram a uma estética musical que se configurou a partir da interseção de forças advindas, de um lado, do movimento sociocultural juvenil mediado pelo mercado global de bens simbólicos, e, de outro, de estratégias do marketing fonográfico.

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Biografía del autor/a

  • José Roberto Zan

    Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor aposentado do Departamento de Música da Unicamp. 

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Publicado

2025-06-30

Número

Sección

Dossier – Música popular y artistas de aquí y de otros lugares

Cómo citar

Funk, soul e jazz na terra do samba: a sonoridade da Banda Black Rio. (2025). ArtCultura, 27(50), 84-99. https://doi.org/10.14393/artc-v27-n50-2025-80233