Funk, soul e jazz na terra do samba: a sonoridade da Banda Black Rio
DOI:
https://doi.org/10.14393/artc-v27-n50-2025-80233Palabras clave:
música popular, indústria cultural, identidadeResumen
Formada em 1976, a Banda Black Rio reuniu exímios instrumentistas e arranjadores com o objetivo de produzir um repertório que realizasse a fusão entre o samba, o funk, a soul music, o jazz e a sonoridade das orquestras de gafieira. Entre 1977 e 1984 ela se notabilizou pela participação intensa em circuitos de bailes e shows, acompanhou artistas consagrados da MPB, e gravou três LPs que influenciaram especialmente grupos ligados à música instrumental no Brasil e no exterior. Com este artigo pretende-se demonstrar em que medida tais fusões, que originaram um estilo muitas vezes denominado de “samba-funk” ou “soul brasileiro”, resultaram de processos específicos de hibridação de gêneros musicais populares diversos, que implicaram a ressignificação do samba, tradicionalmente identificado como símbolo da brasilidade, num contexto marcado pela emergência de novos movimentos identitários. Busca-se ainda refletir sobre o sentido dessas fusões que levaram a uma estética musical que se configurou a partir da interseção de forças advindas, de um lado, do movimento sociocultural juvenil mediado pelo mercado global de bens simbólicos, e, de outro, de estratégias do marketing fonográfico.
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