Menocchio, Machado e Maranhão: Ginzburg, história e literatura no Brasil

Abstract

O artigo analisa as conexões entre a obra do italiano Carlo Ginzburg, especialmente em O queijo e os vermes (traduzido para o português em 1987), e uma nova perspectiva para a historio-grafia brasileira das décadas de 1980 a 2000. Tomando como ângulo de discussão os debates no I Seminário Internacional de História da Amazônia, realizado em Belém, em 2004, cuja temática era História e Literatura, analiso as correlações entre expectativas e probabilidades da microstoria com abordagens contemporâneas da historio-grafia e da crítica literária brasileira. A leitura é aqui enquadrada a partir das abordagens de Sidney Chalhoub e Benedito Nunes sobre as obras de Machado de Assis (1839-1908) e Haroldo Maranhão (1927-2004), em comparação com o texto de Ginzburg acerca da obra de Stendhal (1773-1842).

PALAVRAS-CHAVE: micro-história; literatura; narrativa.

ABSTRACT

The article analyses the connections between the Italian historian Carlo Ginzburg's work, especially in The cheese and the worms (translated to Portuguese in 1987), and a new perspective in Bra-zilian historiography arise between the late 1980's and 2000's. Departing from the debates on the 1st International Seminary on Amazonian History (with the main subject "History and Literature), held in Belém (Brazil) in 2004, the article discusses the parallels among the expectations and probabilities of microstoria (micro-history) and the contemporary approaches on Brazilian historiography and literary criticism. This interpretation is framed by the perspectives of both Sidney Chalhoub and Benedito Nunes, on the books of Machado de Assis (1839-1908) and Haroldo Maranhão (1927-2004), comparing them with Ginzburg's article on Stendhal (1773-1842)'s work.

KEYWORDS: micro-history; literature; narrative.