Raul Seixas e a indústria da música: sociologia do cargo de produtor fonográfico

Autores

  • Lucas Souza
  • Janaina Lobo

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v25-n47-2023-73177

Palavras-chave:

Raul Seixas, indústria fonográfica, produtor musical

Resumo

Este artigo investiga o período em que Raul Seixas (1945-1989) trabalhou como produtor fonográfico, na gravadora CBS, entre 1970 e 1973, e a forma como a experiência no cargo influenciou o habitus artístico do cantor e compositor. Para isso, é feita uma análise das suas funções e responsabilidades enquanto produtor, o significado desse cargo no contexto econômico e cultural de nossa indústria fonográfica e a característica dos artistas e estilos musicais produzidos por ele na gravadora. A partir daí, avança-se na tentativa de uma melhor compreensão da dimensão da incidência desse trabalho como executivo de uma multinacional, tanto no repertório musical do cantor como no direcionamento de sua carreira profissional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucas Souza

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Professor do curso de graduação em Sociologia na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em Redenção/CE. Autor de A trajetória social de Raul Seixas: uma metamorfose ambulante no rock brasileiro. São Paulo: Alameda, 2016. 

Janaina Lobo

Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora do curso de graduação em Sociologia da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em Redenção/CE Coautora de Ensaio de promessa de quicumbi entre quilombolas do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Iphan/Gem/PPGMus-UFRGS, 2013. 

Referências

ARAÚJO, Celso. Raul Seixas: eu quero derrubar as cercas que separam os quintais. Manchete, Rio de Janeiro, s./d.

ARAÚJO, Maria. A utopia fragmentada: as novas esquerdas no Brasil e no mundo na década de 1970. Rio de Janeiro: Edutora FGV, 2000.

ARAÚJO, Paulo César de. Eu não sou cachorro, não: música popular cafona e ditadura militar. Rio de Janeiro: Record, 2002.

ARAÚJO, Paulo César de. Roberto Carlos em detalhes. Rio de Janeiro: Planeta, 2006.

BAIA, Silvano Fernandes. A historiografia da música popular no Brasil (1971-1999). Tese (Doutorado em História) – USP, São Paulo, 2011.

BOURDIEU, Pierre. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

CAVALCANTI, Cláudio. Raul Seixas e o medo da chuva. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, 10 set. 1974.

CAVALCANTI, Ivan. “Ame, assuma e consuma”: canções, censura e crônicas sociais no Brasil de Odair José (1972-1979). Dissertação (Mestrado em História) – UFPB, João Pessoa, 2015.

COELHO, Paulo. Uma relação complicada. Rolling Stone, n. 35, São Paulo, ago. 2009.

DADA NETO, José. O artista dentro da fábrica: as experiencias de Raul Seixas como produtor musical. In: ABONIZIO, Juliana e TEIXEIRA, Rosana da Câmara (orgs.). Raul Seixas: estudos interdisciplinares. Cuiabá: Carlini & Caniato Editorial/EdUFMT, 2015.

DIAS, Márcia Tosta. Os donos da voz: indústria fonográfica brasileira e mundialização da cultura. São Paulo: Boitempo, 2000.

DIAS, Márcia Tosta. Produção e difusão de música gravada no Brasil contemporâneo: o papel do produtor musical. XXVII Congresso Internacional da Associação Latino-Americana de Sociologia (Alas), Buenos Aires, ago.-set. 2009.

ESSINGER, Silvio. O baú do Raul revirado. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.

FAVARETTO, Celso. A contracultura, entre a curtição e o experimental. E-book kindle, 2019.

FONSECA, Diogo. Entre o “brega” e o rock: a ressignificação da música de Odair José. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – UFF, Niterói, 2015.

GAMA, Thildo. Raul Seixas: a trajetória de um ídolo. São Paulo: Pen, 1995.

GARSON, Marcelo. Jovem Guarda: a construção social da juventude na indústria cultural. Tese (Doutorado em Sociologia) – USP, São Paulo, 2015.

JAMBEIRO, Othon. Canção de massa: as condições da produção. São Paulo: Pioneira, 1975.

JANOTTI, Jeder. Por uma análise midiática da música popular massiva: uma proposição metodológica para a compreensão do entorno comunicacional, das condições de produção e reconhecimento dos gêneros musicais. E-Compós, v. 6, Brasília, ago. 2006.

KAMINSKI, Leon (org.). Contracultura no Brasil, anos 70: circulação, espaços e sociabilidade. Curitiba: CRV, 2019.

MAGALHÂES, Luiz de. Dossiê Kavernista: a história perdida do álbum “A Sociedade da Grã-Ordem Kavernista”, documentário, 2012.

MAZZOLA, Marco. Ouvindo estrelas. São Paulo: Planeta, 2007.

MELLO, Zuza Homem de. A era dos festivais: uma parábola. São Paulo: Editora 34, 2003.

MIDANI, André. Música, ídolos e poder: do vinil ao download. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

MINUANAO, Carlos. Raul Seixas, por trás das canções. Rio de Janeiro: Best Seller, 2019.

MOREIRA, Rodrigo. Eu quero é botar meu bloco na rua. Rio de Janeiro: Muiraquitã, 2003.

MORELLI, Rita de Cássia Lahoz. Indústria fonográfica: relações sociais de produção e concepções acerca da natureza do trabalho artístico (um estudo antropológico: a indústria do disco no Brasil e a imagem pública de dois compositores-intérpretes de MPB na década de 70). Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Unicamp, Campinas, 1988.

ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira: São Paulo: Brasiliense, 1989.

PAIANO, Enor. O berimbau e o som universal: lutas culturais e indústria fonográfica nos anos 60. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – USP, São Paulo, 1994.

PASSOS, Sylvio. Raul Seixas por ele mesmo. São Paulo: Martin Claret, 1990.

PEREIRA Carlos Alberto M. O que é contracultura. São Paulo: Brasiliense, 1984.

PUGIALLI, Ricardo. Almanaque da Jovem Guarda. São Paulo: Ediouro, 2006.

ROSZAK, Theodore. A contracultura. Petrópolis: Vozes, 1972.

SANCHES, Pedro Alexandre. Como dois e dois são cinco: Roberto Carlos (& Erasmo & Wanderléa). São Paulo: Boitempo, 2004.

SEIXAS, Kika (org.). Raul Rock Seixas. São Paulo: Globo, 1995.

Sociedade da Gran-ordem Kavernista: “Eles fizeram um disco para dizer absolutamente nada”. O Globo, Rio de Janeiro, ago. 1971.

SOUZA, Lucas. Construção e autoconstrução de um mito: análise sociológica da trajetória artística de Raul Seixas. Tese (Doutorado em Sociologia) – USP, São Paulo, 2016.

SOUZA, Lucas. Contracultura nos tempos do condor: análise do (auto)exílio de Raul Seixas e Paulo Coelho. In: GASPARETTO, Antônio e SILVA, Francisco (orgs.). Sanções e coações políticas no Brasil: degredos, desterros, exílios e deportações. Londrina: Thoth, 2021.

SOUZA, Lucas e LOBO, Janaina. “Cafonices” do rock nacional: Raul Seixas e a cultura “brega” na década de 1970. Fênix: Revista de História e Estudos Culturais, v. 20, n. 1, Uberlândia, jan.-jun. 2023.

VENTURA, Zuenir. O vazio cultural. In: GASPARI, Elio, HOLLANDA, Heloisa Buarque de e VENTURA, Zuenir (orgs.) Cultura em trânsito: da repressão à abertura. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.

VICENTE, Eduardo. Música e disco no Brasil: a trajetória da indústria nas décadas de 80 e 90. Tese (Doutorado em Comunicação) – USP, São Paulo, 2002.

WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2015.

WISNIK, José Miguel. O minuto e o milênio ou por favor, professor, uma década de cada vez. 1979. In: NOVAES, Adauto (org.) Anos ainda sob tempestade: música, literatura, cinema e televisão. Rio de Janeiro: Europa, 2005.

Downloads

Publicado

30-12-2023

Como Citar

Souza, L., & Lobo, J. (2023). Raul Seixas e a indústria da música: sociologia do cargo de produtor fonográfico. ArtCultura, 25(47), 243–263. https://doi.org/10.14393/artc-v25-n47-2023-73177

Edição

Seção

Artigos