Toda forma carrega a marca do artista: gestualidade na crítica de arte brasileira contemporânea

Autores

  • Ana Cândida de Avelar

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v23-n43-2021-64080

Palavras-chave:

Gestualidade, crítica de arte contemporânea, pintura de ação

Resumo

A gestualidade presente na pintura gestual é frequentemente lida como fruto da descarga emocional do artista. Diante dessa leitura da crítica, tais obras são vistas pela associação da marca da gestualidade à ideia de uma atitude do artista comprometido com a arte. Neste artigo, proponho apresentar um comentário sobre esse discurso que funde artista e obra como um “lugar” da crítica de arte contemporânea no Brasil, sempre que esta é solicitada a enfrentar trabalhos que apresentam uma gestualidade evidente. Busco demonstrar ainda certas genealogias dessa leitura, amparada em ideias promovidas pelo romantismo, pelos expressionismos e pela action painting.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Cândida de Avelar

Doutora em Artes Visuais pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília (UnB). Coautora, entre outros livros, de Crítica e curadoria dentro e fora do eixo: operação resistência. São Paulo: Intermeios, 2019. 

Referências

AMARAL, Aracy. A arte urbana de Henrique Oliveira. Catálogo da exposição Henrique Oliveira, Galerie Georges-Philippe & Nathalie Vallois, Paris, 2011. Disponível em <http://www.henriqueoliveira.com/portu/depo2.asp?flg_Lingua=1&cod_Depoimento=30>. Acesso em 1 set. 2016.

ASHTON, Dore. The unknown shore: a view of contemporary art. Boston: Little/Brown, 1962.

AVELAR. Ana Cândida de. A raiz emocional: arte brasileira na crítica de Lourival Gomes Machado. São Paulo: Alameda, 2014.

BEHR, Shulamith. Expressionismo. São Paulo: Cosac Naify, 2000.

BRITO, Ronaldo e KLABIN, Vanda. Jorge Guinle: belo caos. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2008.

BRITO, Ronaldo. Desde o início, uma obra que recusa soluções fáceis. In: LIMA, Sueli de (org.). Experiência crítica: textos selecionados. São Paulo: Cosac Naify, 2005.

BRITO, Ronaldo. Possibilidades de pintura: dois exemplos. Gávea, n. 2, Rio de Janeiro, set. 1985.

CHIARELLI, Tadeu. Uma resenha, mesmo que tardia: Roberto Pontual e a sobrevida da questão da identidade nacional na arte brasileira dos anos 1980. Ars, ano 7, n. 15, São Paulo, 2017.

DIDI-HUBERMAN, Georges. L’empreinte. Paris: Centre Georges Pompidou, 1997.

DUARTE, Paulo Sergio. Colors: Respect and Wildness. In: Maria Lynch. Disponível em <http://www.marialynch.com.br/colors-respect-and-wildness>. Acesso em 1 set. 2016.

DUARTE, Paulo Sergio. Paulo Sergio Duarte: a trilha da trama e outros textos sobre arte. Rio de Janeiro: Funarte, 2004.

EDWARDS, L. H. A brief conceptual history of Einfühlung: 18th-century Germany to post-World War II U.S. History of Psychology, v. 16, n. 4, 2013. Disponível em <https://doi.org/10.1037/a0033634>. Acesso em 20 nov. 2020.

GALARD, Jean. A beleza do gesto: uma estética das condutas. São Paulo: Edusp, 1997.

KANDINSKY, Wassily. Sobre a questão da forma [1912]. In: CHIPP, H. B. Teorias da arte moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

LEJA, Michael. Reframing Abstract Expressionism: subjectivity and painting in the 1940's. New Haven and London: Yale University Press, 1993.

LEVINE, Edward M. Abstract expressionism: the mystical experience. Art Journal, v. 31, n. 1, New York, autumn 1971. Disponível em <https://www.jstor.org/stable/775629>. Acesso em 10 jun. 2019.

LOPES, Almerinda da Silva. A reversibilidade do tempo na pintura de Jorge Guinle. Palíndromo: Revista de Teoria e História da Arte, n. 3, Florianópolis, 2010.

MORAIS, Frederico. Retrato e autorretrato da arte brasileira. In: SEFFRIN, Silvana (org.). Frederico Morais. Rio de Janeiro: Funarte, 2004.

MUNDT, Ernest K. Three aspects of German aesthetic theory. The Journal of Aesthetics and Art Criticism, v. 17, n. 3, mar. 1959. Disponível em <http://www.jstor.org/stable/427810>. Acesso em 13 dez. 2011.

NOWAK, Magdalena. The complicated history of Einfühlung. Disponível em <https://api.semanticscholar.org/CorpusID:13223310>. Acesso em 10 out. 2020.

OITICICA, Hélio. Esquema geral da Nova Objetividade. In: FERREIRA, Gloria e COTRIM, Cecilia (orgs.). Escritos de artistas: anos 60/70. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

POLLOCK, Jackson. Text from possibilities. MoMA. Disponível em <https://www.moma.org/interactives/exhibitions/1998/pollock/website100/txt_possibilities_drip.html>. Acesso em 20 nov. 2020.

ROSENBERG, Harold. Os action-painters norte-americanos. In: A tradição do novo. São Paulo: Perspectiva, 1974.

SCHULTZ, Stefan H. German Expressionism 1905-1925. Chicago Review, v. 13, n. 1, Chicago, winter-spring 1959. Disponível em <https://www.jstor.org/stable/25293491>. Acesso em 30 abr. 2019.

SELZ, Peter and STILES, Kristine. Gestural Abstraction. In: Theories and documents of contemporary art: a sourcebook of artists writings. Los Angeles: University of California Press, 2012.

SLIFKIN, Robert. The tragic image: action painting refigured. Oxford Art Journal, v. 34, n. 2, Oxford, 2011.

WEISSTEIN, Ulrich. Expressionism: style or "Weltanschauung"? Criticism, v. 9, n. 1, Detroit, winter 1967. Disponível em <https://www.jstor.org/stable/23094253>. Acesso em 10 jun. 2019.

WORRINGER, Wilhelm. Calidad y actitud. En oportunidad de inaugurarse la secesión de Berlin. Arte y sus interrogantes. Buenos Aires: Nueva Visión, 1959.

Downloads

Publicado

24-12-2021

Como Citar

de Avelar, A. C. . (2021). Toda forma carrega a marca do artista: gestualidade na crítica de arte brasileira contemporânea. ArtCultura, 23(43), 49–64. https://doi.org/10.14393/artc-v23-n43-2021-64080

Edição

Seção

Minidossiê: História & Artes Visuais