Errâncias apollinairianas: mitos e fatalidades do moderno

Autores

  • Osvaldo Fontes Filho

DOI:

https://doi.org/10.14393/artc-v21-n39-2019-52037

Palavras-chave:

errância, modernidade, Apollinaire

Resumo

Este texto percorre alguns lugares na obra literária de Apollinaire que são motivados pelas errâncias urbanas do autor. Uma modernização do olhar ali se evidencia: investido de um viés alegórico e mítico, a favor de um inusitado sentimento de estranhamento do banal cotidiano, esse olhar concorre a um jogo lírico, por vezes elegíaco, que o escritor estabelece entre tempos, objetos e figuras. O errante apollinairiano concede, assim, polissêmica profundidade para o espaço e o tempo vividos, sobre fundo de uma despersonalização crescente imposta pela metrópole moderna. A adesão do poeta às formas da vida citadina revela-se, por fim, potência órfica de transfiguração lírica e mítica do presente.

 

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Biografia do Autor

Osvaldo Fontes Filho

Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Professor do Departamento
de História da Arte da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e do Programa
de Pós-graduação em História da Arte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Autor do livro Merleau-Ponty na trama da experiência sensível. São Paulo: Unifesp, 2012.

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Publicado

16-12-2019

Como Citar

Fontes Filho, O. . (2019). Errâncias apollinairianas: mitos e fatalidades do moderno. ArtCultura, 21(39), 223–237. https://doi.org/10.14393/artc-v21-n39-2019-52037

Edição

Seção

Artigos