“Se a história é nossa, deixa que nóis escreve”: os rappers como historiadores

Autores

  • Roberto Camargos

DOI:

https://doi.org/10.14393/ArtC-V20n36-2018-1-06

Resumo

Neste artigo, analiso como alguns rappers se colocaram na condição de “historiadores” do tempo presente, oferecendo a seu público narrativas que se propõem a dar conta de explicar o mundo contemporâneo, esmiuçar suas contradições e revelar verdades supostamente ausentes em outros relatos/histórias da vida social (segundo eles, entre as versões da história que criticam estão as midiáticas e até mesmo as que fi guram nos livros de história). Como resultado, os rappers acabam criando também novos marcos e seus próprios heróis, dimensão que exploro ao tomar como exemplo bem-sucedido o caso de Sabotage, uma legenda do rap.

Palabras clave: música rap; usos do passado; memórias.

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Biografia do Autor

Roberto Camargos

Doutor em História pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor do Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais (IELACHS) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Autor do livro Rap e política: percepções da vida social brasileira. São Paulo: Boitempo, 2015.

Referências

TADDEO, Luiz Eduardo. A

guerra não declarada na visão de

um favelado. São Paulo: 2013

(independente).

MC

Uberlândia, s./d. (não ofi cial).

Apesar do crescente número

de trabalhos sobre a história

do tempo presente, seus métodos

e conceitos básicos ainda

permanecem um tanto quanto

fluidos. Jean Lacouture considera

que ela é marcada pela

proximidade temporal dos

temas estudados e o contato

mais ou menos direto que o

pesquisador pode manter com

essas temáticas. Para Robert

Frank, essa especialidade tem

por particularidade a tentativa

de explorar os fundamentos

de determinadas questões e

acontecimentos, seus processos

e as muitas relações de força

que confi guram limites e pressões

nos seus desdobramentos,

afastando-se de outras perspectivas

e abordagens de assuntos

recentes, como alguns que são

frequentes no meio jornalístico.

Ver LACOUTURE, Jean. A

história imediata. In: LE GOFF,

Jacques. A história nova. São

Paulo: Martins Fontes, 1990,

FRANK, Robert.

du temps présent. Paris: Institut

d

, e HOBSBAWM, Eric. O

que a história tem a dizer-nos

sobre a sociedade contemporânea?

In: Sobre história. São Paulo:

Companhia das Letras, 1998.

Neste artigo privilegiei uma

abordagem por intermédio da

música, mas é possível atacar a

questão também por outros aspectos,

como o literário. Alguns

rappers que aparecem citados

aqui produziram, entre outras,

as seguintes obras: GH

Preto. A sociedade do código de

barras. São Paulo: Estação Hip

Hop, 2008, TADDEO, Carlos

Eduardo, op. cit., SOARES,

Luiz Eduardo, ATHAYDE,

Celso e BILL, MV. Cabeça de

porco. Rio de Janeiro: Objetiva,

, ATHAYDE, Celso e BILL,

MV. Falção: meninos do tráfi co.

Rio de Janeiro: Objetiva, 2010,

SILVA, Reginaldo Ferreira

da (Ferréz). Capão pecado. São

Paulo: Labortexto, 2000, idem,

Manual prático do ódio. Rio de

Janeiro: Objetiva, 2003, idem,

Ninguém é inocente em São Paulo.

Rio de Janeiro: Objetiva, 2006,

e INQU

palavras. Campinas: 2013 (independente).

Gog. Série Produção Cultural

no Brasil, maio 2010.

ALVES, César. Pergunte a quem

conhece: Thaíde. São Paulo:

Labortexto, 2004, p. 17.

Entrevista com MV Bill. O

Globo, 8 set. 2002.

Humana. LP Enchergue

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FRADIQUE, Teresa. Nas

margens... do rio: retóricas e

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, p. 125.

STARLING, Heloisa Maria

Murgel. Música popular brasileira:

outras conversas sobre os

jeitos do Brasil. In: BOTELLHO,

André e SCHWARCZ, Lilia

Moritz (orgs.). Agenda brasileira:

temas de uma sociedade em

mudança. São Paulo: Companhia

das Letras, 2011.

Buarque). Chico Buarque. LP

Vida. Reio de Janeiro: Polygram/

Philips, 1980.

Ginzburg, ao refl etir sobre as

relações entre o real e sua representação,

argumenta que é

preciso estar atento para o opaco,

as distorções e imprecisões

das práticas de representação,

o que, no entanto, não implica

a negação da existência de algo

concreto. Sua perspectiva é particularmente

clara ao dialogar

com Renato Serra:

bem que todas essas narrações,

independente do seu caráter

mais ou menos direto, têm

sempre uma relação altamente

problemática com a realidade.

Mas a realidade (

si

Carlo. O extermínio de judeus

e o princípio da realidade. In:

MALERBA, Jurandir (org.). A

história escrita: teoria e história

da historiografia. São Paulo:

Contexto, 2006, p. 226.

STARLING, Heloisa Maria

Murgel, op. cit., p. 366.

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Pretexto, texto e contexto na

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Francisco Carlos T. (org.). História

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MORAES, José Geraldo Vinci

de. História e música: canção

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História, v. 20, n. 39, São Paulo,

, p. 203.

Ativa. CD Na mira do sistema.

Campo Mourão: s./d. (independente).

STARLING, Heloisa Maria

Murgel, op. cit., p. 366.

MELLO, Caio B. A poesia

envenenada dos Racionais MC

superávit de negatividade e

fi m de linha sistêmico, s. ref./

impresso, 2000, p. 7.

Idem.

Eduardo, do Facção Central,

considera que parcela importante

do seu trabalho artístico

consiste em fazer

para conscientizar o nosso

povo

[...] sempre a conscientização

Entrevista com Facção Central.

Rap Nacional, nov. 2006, e

entrevista com Duck Jay. Rap

Nacional, jan. 2004.

Isso é especialmente evidente

em

Cruel. CD Mais cruel do que nunca.

Hortolândia: Face da Morte,

, em que o protagonista

da ação narrada pelos rappers

interpela (pela oralidade) seu

interlocutor (cultor da palavra

escrita):

aqui é a matéria que você

deleta/ [...]/toda informação

distorcida tem o seu preço/ e é

justo que eu cobre caro, nada

extraordinário

da favela. Brasília: 2002 (independente).

CD A hora do revide,

Uma curiosidade pertinente

à discussão: dois dos

integrantes do Gíria Vermelha,

Hertz e Verck, são graduados

em História e mestres em

Educação.

Um exercício muito próximo,

aliás, do que realiza a microhistória.

Sobre o assunto, ver

LIMA, Henrique Espada. A

micro-história italiana: escala,

indícios e singularidades. Rio

de Janeiro: Civilização Brasileira,

STARLING, Heloisa Maria

Murgel, op. cit., p. 372.

O que não signifi ca ignorar

simplifi cações e maniqueísmos

em suas representações do

real, conforme já apontei em

CAMARGOS, Roberto. Rap

e política: percepções da vida

social brasileira. São Paulo: Boitempo,

, esp. no capítulo

Representações, experiências,

verdades.

Sobre o assunto, ver, entre

outros, GINZBURG, Carlo. O

fi o e os rastros: verdadeiro, falso,

fi ctício. São Paulo: Companhia

das Letras, 2007.

100% favela. Brasil: Atração

Fonográfi ca, 2006. 1 DVD (son.,

color.).

CHARTIER, Roger. A história

ou a leitura do tempo. Belo Horizonte:

Autêntica, 2009, p. 25.

Essa ideia é tão recorrente e

forte no meio que um grupo

de Goiânia adotou como nome

Testemunha Ocular. Ouvir

Testemunha Ocular. CD Frutos

da rua. Goiânia: Two Beer or

Not Two Beer, 2003. O título

do disco fornece pistas do que

os rappers testemunham com

os próprios olhos: o cotidiano

das ruas.

Ouvir

CD Tarja preta. Brasília: Só

Balanço, 2003,

doido

é doido. Rio de Janeiro: Chapa

Preta, 2006,

Racionais MC

no inferno, op. cit.,

com os mortos

Central. CD Direto do campo de

extermínio. Hortolândia: Face

da Morte, 2003.

Ouvir

X Atual. CD A ressureição.

Brasília: Discovery, 1999,

vulgares

Racionais MC

Zimbabwe, 1994.

Ouvir

CD Rap é compromisso. São

Paulo: Cosa Nostra, 1999, em

que a temporalidade e o espaço

da narrativa, virada dos séculos

XX/XXI e a zona sul da capital

paulista, são minuciosamente

descritos e construídos como

palco da história.

Ouvir

Rodrigo Ogi. CD Crônicas da

cidade cinza. São Paulo: 2011 (independente),

composição cujo

sentido e clima são totalmente

dependentes dos sons roubados

do cotidiano e das ruas de

uma grande cidade.

CERTEAU, Michel. A escrita

da história. Rio de Janeiro:

Forense Universitária, 1982,

p. 111.

Carlo Ginzburg, por exemplo,

já demonstrou como o mesmo

procedimento é fundamental

e muito presente no trabalho

dos historiadores, que sempre

buscam um

para suas narrativas. Ver

GINZBURG, Carlo. O fi o e os

rastros, op. cit.

Cartão-postal Bomba. Direção:

Marcius Barbiere, Angel Duarte

e Ariel Feitosa. Brasil: Só Balanço,

1 DVD (son., color.).

Entrevista com Facção Central.

Rap Nacional, nov. 2006.

Ver BENJAMIN, Walter. O

narrador. In: Magia e técnica,

arte e política: ensaios sobre literatura

e história da cultura. 8.

ed. São Paulo: Brasiliense, 2012.

O hip hop brasileiro assume a

paternidade

Gog, op. cit., p. 117. Spensy

Pimentel. Cultura e Pensamento,

n. 3, Brasília, nov. 2007.

Subsiste, ao lado da pretensão

de se ater à realidade,

uma tentativa de cativar o

ouvinte e torná-lo receptivo

à consciência prática, moral

e histórica que permeia as

narrativas dos rappers. Como

observa Danielle Brasiliense,

provoca emoções e prende o

leitor pelo que o assunto tem

de extraordinário, ele leva suas

próprias concepções de mundo,

porém com a certeza de que

essas também fazem parte da

consciência moral do leitor e,

com isso, não irá desagradálo.

BRASILIENSE, Danielle.

As contribuições dos romances

policiais do século XIX para

as narrativas jornalísticas dos

crimes contemporâneos. Revista

Ecopós: Comunicação e Gosto,

v. 17, n. 3, Rio de Janeiro, 2014,

p. 4.

Casa do hip hop abre espaço

para a cultura de rua. O Estado

de S. Paulo, 14 mar. 2000.

Afi nal,

levam como folha ao vento/

como no velho ditado/ sem lenço,

sem documento/ te dominando

com a desinformação

Ouvir

pela mídia

CD Transformação. Cabo Frio:

s./d. (independente).

Após escutar

gaita

e cruz. Cuiabá: 2008 (independente),

o ouvinte é como que

convidado a pensar e ampliar

o seu repertório de informações

sobre o tema do crack; ao ouvir

Morte. CD Crime do raciocínio.

São Paulo: Sky Blue, 1999, é-lhe

possibilitado problematizar e

refl etir sobre a realidade educacional

do país; ao atentar

para os dramas cantados em

CD O espetáculo do circo dos horrores.

São Paulo: Facção Central

Produções Fonográfi cas, 2006,

percebem-se novos argumentos

para embasar posicionamentos

críticos sobre a saúde

pública. E por aí vai.

Cf. BENJAMIN, Walter. Sobre

o conceito de história. In: Magia

e técnica, arte e política, op. cit.

MC

ver. São Paulo: Kaskata, 1994.

Guardadas as diferenças de

época e de contexto, é cabível

lançar uma ponte entre essa

postura dos rappers e a dos

sambistas dos anos 1930, no

Brasil. Ao saírem em defesa do

samba, eles, com justo orgulho,

proclamavam-se

samba

de samba

Adalberto. Os desafi nados: sambas

e bambas no

São Paulo: Intermeios/CNPq/

Fapemig, 2015, cap. 2, esp. p.

e 87.

CHARTIER, Roger. A mão

do autor e a mente do editor. São

Paulo: Editora Unesp, 2014, p.

e 26.

GINZBURG, Carlo. Apontar

e citar: a verdade da História.

Revista de História, n. 2/3, Campinas,

, p. 92.

Um quilombola com o poder

da palavra. Raiz, out. 2006.

Entrevista com Consciência

Humana. Rap Brasil, ano 2, n.

, 2003.

Humana, op. cit.

ClãNordestino. CD A

peste negra. Hortolândia: Face

da Morte, 2003.

CD Mudança. Campinas: 2010

(independente).

Desista de desistir. Taubaté: 2003

(independente).

ROSENSTONE, Robert A. A

história nos fi lmes, os fi lmes na

história. São Paulo: Paz e Terra,

, p. 54.

(Paulo Diniz). Paulo Diniz. LP

Quero voltar pra Bahia. Rio de

Janeiro: Odeon, 1970.

RZO e Família RZO. São Paulo:

(independente).

op. cit.

Para uma reflexão sobre

traumas, memórias e marcas

que determinadas experiências

produzem, ver GAGNEBIN,

Jeane Marie. Lembrar, escrever,

esquecer. São Paulo: Editora

, 2006, esp. o capítulo

rastro e a cicatriz: metáforas da

memória

Rapper Sabotage foi atingido

por quatro tiros, diz hospital.

Folha de S. Paulo [edição on line],

jan. 2003.

Morreram. Veja, 29 jan. 2003.

Acredita-se que a morte de

Sabotage foi provocada por

desafetos acumulados nas

suas incursões pelo mundo

do crime.

Polícia encontra capuz ao

lado do corpo do rapper Sabotage.

Folha de S. Paulo [edição on

line], 24 jan. 2003.

Refi guração, de acordo com

Ricoeur, é

da experiência viva sob o efeito

da narração

apud GAGNEBIN, Jeane Marie,

op. cit., p. 172.

Sobre memória coletiva,

ver HALBWACHS, Maurice.

A memória coletiva. São Paulo:

Vértice, 1990.

Ver, sobre o assunto, NORA,

Pierre. Entre memória e história:

a problemática dos lugares.

Projeto História, n. 10, São Paulo,

dez. 1993.

POLLAK, Michael. Memória,

esquecimento, silêncio. Estudos

Históricos, v. 2, n. 3, Rio de Janeiro,

, p. 3.

Idem, ibidem, p. 7.

Idem, ibidem, p. 8.

Ver C., Toni. Um bom lugar:

biografia oficial de Mauro

Mateus dos Santos. São Paulo:

LiteraRua, 2013. Segundo

Gilmar Penteado, o rapper teve

duas passagens pela polícia, em

: uma por porte de drogas

e outra por tráfi co. Ver Tiros

atingiram orelha, boca e coluna.

Penteado, Gilmar. Folha de S.

Paulo, 25 jan. 2003.

Idem.

Idem.

POLLAK, Michael. Memória,

esquecimento, silêncio, op.

cit., p. 9.

Ver/ouvir

homem leal

Direção: Daniel Grinspum.

Brasil: Preta Portê Filmes, 2012,

sobre Carlos Marighella,

das multidões/ encarnações

de célebres malandros/ de

cérebros brilhantes/ [...]/ mártir,

mito ou maldito sonhador/ bandido

da minha cor

Slim Rimografia. CD Amor,

vida e música. São Paulo: 2006

(independente);

Davi. Florianópolis: s./d. (independente),

que reverencia

a

nunca para/ como Luís Carlos

Prestes, Rosa Luxemburgo e

Che Guevara

Ouvir, por exemplo,

NUC. Col. 1º Encontro

Nacional Nação Hip Hop Brasil,

, que rompe com alguns

marcos consagrados, apontando

que

farsa

a nossa história

cit., que na mesma perspectiva

destaca que

jeito que a história te ensinou/

Zumbi que lutou, a princesa só

assinou

Ouvir, entre outras,

honra

CD Transformação, op. cit.

C., Toni, op. cit., p. 23.

Ver

Sabotage. CD Rap é compromisso,

op. cit.

Ver

tem

op. cit.

Wanderson Sabotinha. Brasil:

Mó-H Filmes, s./d. 1 DVD (son.,

color.).

Sabotage: o maestro do Canão.

Direção: Ivan 13P. Brasil: 13

Produções, 2015. 1 DVD (son.,

color.).

Sabotage propôs integração

do samba ao rap. Pedro Alexandre

Sanches. Folha de S. Paulo,

jan. 2003.

Wanderson Sabotinha, op. cit.

Que nas suas considerações

Comunista, os historiadores

socialistas, os sindicalistas

etc., cuja tarefa é precisamente

enquadrar a memória

POLLAK, Michael. Memória e

identidade social. Estudos Históricos,

v. 5, n. 10, Rio de Janeiro,

, p. 206.

Entrevista com Clãndestinos.

Hip Hop Alagoas, 21 nov. 2008.

Entrevista com DMN. Rap

Nacional, 26 fev. 2004.

Entrevista com MV Bill. Rap

Nacional, 24 jun. 2005.

us que são representa. São Paulo:

daSul, 2006.

Mano Brown. Roda Viva. São

Paulo: TV Cultura, 2006.

Entrevista com Rappin Hood.

Enraizados, 2 maio 2007.

Para Alexandre de Maio,

da música. Ele revolucionou a

vida dele, revolucionou o meio

que ele vivia, levou a revolução

dele pra outros lugares... morreu

cedo, virou parte da história

Ver Sabotage: o maestro do

Canão, op. cit.

Para Sombra

um cara que era o seguinte: a

gente... ele num tinha nem gravado

o disco ainda e a gente já

via ele como uma grande, como

se fala... uma grande personalidade

da trilha sonora do hip

hop, que é o rap

nós. Direção: Guilherme Xavier

Ribeiro. Brasil: Guarda Chuva/

MTV Brasil, 2013, 1 DVD (son.

Color.).

Os rappers do Z

suas homenagens a

Sabotage em

Z

São Paulo: YB Music, 2006.

O DBS garante que

cem anos vão falar de Sabotage

Ouvir

e A Quadrilha. CD O clã prossegue.

São Paulo: Sky Blue, 2007.

Criolo reconheceu que

sou nota cinco/ e sem provocá

alarde/ nota dez é Dina Di, DJ

Primo e Sabotage

Criolo. CD Nó na orelha. São

Paulo: Oloko Records, 2011.

De acordo com o produtor

Daniel Ganjaman,

[...] é um dos artistas mais

geniais que o Brasil já teve e

com certeza é um dos rappers

mais criativos

maestro do Canão, op. cit.

Emicida falou recentemente

que

camaradas, mas o hip hop inteiro

entrou em uma grande

depressão quando o Sabotage

morreu. Porque imagina que

o hip hop não é um gênero

que tem artistas passando na

televisão e tocando nas rádios,

então quando você tem o maior

nome... quando você perde o

maior expoente da cultura, aí,

irmão, o hip hop inteiro fi cou

sem chão [...] o hip hop voltou

triste pra casa, o sonho acabou,

sacou?

São Paulo, Centro

Culural Fiesp Ruth Cardoso,

nov. 2013.

Sabotage nós, op. cit.

Sabotage, o invasor. VAZ,

Sérgio. O colecionador de pedras.

São Paulo: Global, 2007.

O rapper Dexter, por exemplo,

confessa que

para escrever uma letra lembro

muito de uma frase do Sabotage:

viagem

maior afinidade seja essa.

Apud C., Toni, op. cit., p. 246.

Na ocasião, Buzo escreveu:

anos sem o Maurinho/

sem o poeta do Canão/ sem o

mano sangue bom/ com seus

cabelos pro ar/ sua rima veloz,

furiosa/ na simpatia e humildade,

muito longe chegou/

cinema, O invador, Carandiru/

deixou a todos exemplo/ o Rap

resgata/ resgatou ele, Hood,

RZO/ CD saiu, povo curtiu/

polícia sai do pé...

que o Canão era um bom lugar/

brilhou o Maurinho, virou

Sabotage/ nunca é tarde.../ 9

anos sem seu caderno todo

rabiscado,/ sem sua alegria de

sobrevivente/ triste lembrar

que não está mais com a gente/

mas sempre estará, em nossas

mentes e corações/ seu recado

eu escutei e vivo/

não é viagem

incomoda um pouco, muita

gente falando, estampando

camiseta/ rap é compromisso/ e

os poucos que dão atenção pro

Wanderson e Tamires, fi lhos do

Sabota/ até talento eles têm, os

uma vida pela frente/ hoje, 9

anos sem Sabotage/ da periferia

o sentimento é de saudade

BUZO, Alessandro. 9 anos sem

Sabotage, 2012. Disponível em

/01/9anossemsabotage>. Acesso

em 27 jan. 2016.

Ver postagens de 24 jan. 2012

em www.twitt er.com/projota.

Respeito é pra quem tem.

INQU

palavras. Campinas: 2013 (independente).

Karol Conka se engaja nessa

causa em

Conka. CD Batuk freak. São Paulo:

(independente):

Sabotage, MC de compromisso/

cumpre seu papel/ no céu/ que

aqui a gente te mantém vivo

Entrevista com Douglas.

Outros 500, s./inf.

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Publicado

22-10-2018

Como Citar

Camargos, R. (2018). “Se a história é nossa, deixa que nóis escreve”: os rappers como historiadores. ArtCultura, 20(36). https://doi.org/10.14393/ArtC-V20n36-2018-1-06

Edição

Seção

Dossiê Fora do cânone: História & Música Popular