“Se a história é nossa, deixa que nóis escreve”: os rappers como historiadores
DOI:
https://doi.org/10.14393/ArtC-V20n36-2018-1-06Resumen
Neste artigo, analiso como alguns rappers se colocaram na condição de “historiadores” do tempo presente, oferecendo a seu público narrativas que se propõem a dar conta de explicar o mundo contemporâneo, esmiuçar suas contradições e revelar verdades supostamente ausentes em outros relatos/histórias da vida social (segundo eles, entre as versões da história que criticam estão as midiáticas e até mesmo as que fi guram nos livros de história). Como resultado, os rappers acabam criando também novos marcos e seus próprios heróis, dimensão que exploro ao tomar como exemplo bem-sucedido o caso de Sabotage, uma legenda do rap.
Palabras clave: música rap; usos do passado; memórias.
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Citas
TADDEO, Luiz Eduardo. A
guerra não declarada na visão de
um favelado. São Paulo: 2013
(independente).
MC
Uberlândia, s./d. (não ofi cial).
Apesar do crescente número
de trabalhos sobre a história
do tempo presente, seus métodos
e conceitos básicos ainda
permanecem um tanto quanto
fluidos. Jean Lacouture considera
que ela é marcada pela
proximidade temporal dos
temas estudados e o contato
mais ou menos direto que o
pesquisador pode manter com
essas temáticas. Para Robert
Frank, essa especialidade tem
por particularidade a tentativa
de explorar os fundamentos
de determinadas questões e
acontecimentos, seus processos
e as muitas relações de força
que confi guram limites e pressões
nos seus desdobramentos,
afastando-se de outras perspectivas
e abordagens de assuntos
recentes, como alguns que são
frequentes no meio jornalístico.
Ver LACOUTURE, Jean. A
história imediata. In: LE GOFF,
Jacques. A história nova. São
Paulo: Martins Fontes, 1990,
FRANK, Robert.
du temps présent. Paris: Institut
d
, e HOBSBAWM, Eric. O
que a história tem a dizer-nos
sobre a sociedade contemporânea?
In: Sobre história. São Paulo:
Companhia das Letras, 1998.
Neste artigo privilegiei uma
abordagem por intermédio da
música, mas é possível atacar a
questão também por outros aspectos,
como o literário. Alguns
rappers que aparecem citados
aqui produziram, entre outras,
as seguintes obras: GH
Preto. A sociedade do código de
barras. São Paulo: Estação Hip
Hop, 2008, TADDEO, Carlos
Eduardo, op. cit., SOARES,
Luiz Eduardo, ATHAYDE,
Celso e BILL, MV. Cabeça de
porco. Rio de Janeiro: Objetiva,
, ATHAYDE, Celso e BILL,
MV. Falção: meninos do tráfi co.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2010,
SILVA, Reginaldo Ferreira
da (Ferréz). Capão pecado. São
Paulo: Labortexto, 2000, idem,
Manual prático do ódio. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2003, idem,
Ninguém é inocente em São Paulo.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2006,
e INQU
palavras. Campinas: 2013 (independente).
Gog. Série Produção Cultural
no Brasil, maio 2010.
ALVES, César. Pergunte a quem
conhece: Thaíde. São Paulo:
Labortexto, 2004, p. 17.
Entrevista com MV Bill. O
Globo, 8 set. 2002.
Humana. LP Enchergue
[sic] seus próprios erros. São Paulo:
M. A. Records, 1993.
FRADIQUE, Teresa. Nas
margens... do rio: retóricas e
performances do rap em Portugal.
VELHO, Gilberto (org.).
Antropologia urbana: cultura e
sociedade no Brasil e em Portugal.
Rio de Janeiro: Zahar,
, p. 125.
STARLING, Heloisa Maria
Murgel. Música popular brasileira:
outras conversas sobre os
jeitos do Brasil. In: BOTELLHO,
André e SCHWARCZ, Lilia
Moritz (orgs.). Agenda brasileira:
temas de uma sociedade em
mudança. São Paulo: Companhia
das Letras, 2011.
Buarque). Chico Buarque. LP
Vida. Reio de Janeiro: Polygram/
Philips, 1980.
Ginzburg, ao refl etir sobre as
relações entre o real e sua representação,
argumenta que é
preciso estar atento para o opaco,
as distorções e imprecisões
das práticas de representação,
o que, no entanto, não implica
a negação da existência de algo
concreto. Sua perspectiva é particularmente
clara ao dialogar
com Renato Serra:
bem que todas essas narrações,
independente do seu caráter
mais ou menos direto, têm
sempre uma relação altamente
problemática com a realidade.
Mas a realidade (
si
Carlo. O extermínio de judeus
e o princípio da realidade. In:
MALERBA, Jurandir (org.). A
história escrita: teoria e história
da historiografia. São Paulo:
Contexto, 2006, p. 226.
STARLING, Heloisa Maria
Murgel, op. cit., p. 366.
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Pretexto, texto e contexto na
análise da canção. In: SILVA,
Francisco Carlos T. (org.). História
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UFRJ/Proin-Capes, 1998, p. 199.
MORAES, José Geraldo Vinci
de. História e música: canção
popular e conhecimento
histórico. Revista Brasileira de
História, v. 20, n. 39, São Paulo,
, p. 203.
Ativa. CD Na mira do sistema.
Campo Mourão: s./d. (independente).
STARLING, Heloisa Maria
Murgel, op. cit., p. 366.
MELLO, Caio B. A poesia
envenenada dos Racionais MC
superávit de negatividade e
fi m de linha sistêmico, s. ref./
impresso, 2000, p. 7.
Idem.
Eduardo, do Facção Central,
considera que parcela importante
do seu trabalho artístico
consiste em fazer
para conscientizar o nosso
povo
[...] sempre a conscientização
Entrevista com Facção Central.
Rap Nacional, nov. 2006, e
entrevista com Duck Jay. Rap
Nacional, jan. 2004.
Isso é especialmente evidente
em
Cruel. CD Mais cruel do que nunca.
Hortolândia: Face da Morte,
, em que o protagonista
da ação narrada pelos rappers
interpela (pela oralidade) seu
interlocutor (cultor da palavra
escrita):
aqui é a matéria que você
deleta/ [...]/toda informação
distorcida tem o seu preço/ e é
justo que eu cobre caro, nada
extraordinário
da favela. Brasília: 2002 (independente).
CD A hora do revide,
Uma curiosidade pertinente
à discussão: dois dos
integrantes do Gíria Vermelha,
Hertz e Verck, são graduados
em História e mestres em
Educação.
Um exercício muito próximo,
aliás, do que realiza a microhistória.
Sobre o assunto, ver
LIMA, Henrique Espada. A
micro-história italiana: escala,
indícios e singularidades. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira,
STARLING, Heloisa Maria
Murgel, op. cit., p. 372.
O que não signifi ca ignorar
simplifi cações e maniqueísmos
em suas representações do
real, conforme já apontei em
CAMARGOS, Roberto. Rap
e política: percepções da vida
social brasileira. São Paulo: Boitempo,
, esp. no capítulo
Representações, experiências,
verdades.
Sobre o assunto, ver, entre
outros, GINZBURG, Carlo. O
fi o e os rastros: verdadeiro, falso,
fi ctício. São Paulo: Companhia
das Letras, 2007.
100% favela. Brasil: Atração
Fonográfi ca, 2006. 1 DVD (son.,
color.).
CHARTIER, Roger. A história
ou a leitura do tempo. Belo Horizonte:
Autêntica, 2009, p. 25.
Essa ideia é tão recorrente e
forte no meio que um grupo
de Goiânia adotou como nome
Testemunha Ocular. Ouvir
Testemunha Ocular. CD Frutos
da rua. Goiânia: Two Beer or
Not Two Beer, 2003. O título
do disco fornece pistas do que
os rappers testemunham com
os próprios olhos: o cotidiano
das ruas.
Ouvir
CD Tarja preta. Brasília: Só
Balanço, 2003,
doido
é doido. Rio de Janeiro: Chapa
Preta, 2006,
Racionais MC
no inferno, op. cit.,
com os mortos
Central. CD Direto do campo de
extermínio. Hortolândia: Face
da Morte, 2003.
Ouvir
X Atual. CD A ressureição.
Brasília: Discovery, 1999,
vulgares
Racionais MC
Zimbabwe, 1994.
Ouvir
CD Rap é compromisso. São
Paulo: Cosa Nostra, 1999, em
que a temporalidade e o espaço
da narrativa, virada dos séculos
XX/XXI e a zona sul da capital
paulista, são minuciosamente
descritos e construídos como
palco da história.
Ouvir
Rodrigo Ogi. CD Crônicas da
cidade cinza. São Paulo: 2011 (independente),
composição cujo
sentido e clima são totalmente
dependentes dos sons roubados
do cotidiano e das ruas de
uma grande cidade.
CERTEAU, Michel. A escrita
da história. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 1982,
p. 111.
Carlo Ginzburg, por exemplo,
já demonstrou como o mesmo
procedimento é fundamental
e muito presente no trabalho
dos historiadores, que sempre
buscam um
para suas narrativas. Ver
GINZBURG, Carlo. O fi o e os
rastros, op. cit.
Cartão-postal Bomba. Direção:
Marcius Barbiere, Angel Duarte
e Ariel Feitosa. Brasil: Só Balanço,
1 DVD (son., color.).
Entrevista com Facção Central.
Rap Nacional, nov. 2006.
Ver BENJAMIN, Walter. O
narrador. In: Magia e técnica,
arte e política: ensaios sobre literatura
e história da cultura. 8.
ed. São Paulo: Brasiliense, 2012.
O hip hop brasileiro assume a
paternidade
Gog, op. cit., p. 117. Spensy
Pimentel. Cultura e Pensamento,
n. 3, Brasília, nov. 2007.
Subsiste, ao lado da pretensão
de se ater à realidade,
uma tentativa de cativar o
ouvinte e torná-lo receptivo
à consciência prática, moral
e histórica que permeia as
narrativas dos rappers. Como
observa Danielle Brasiliense,
provoca emoções e prende o
leitor pelo que o assunto tem
de extraordinário, ele leva suas
próprias concepções de mundo,
porém com a certeza de que
essas também fazem parte da
consciência moral do leitor e,
com isso, não irá desagradálo.
BRASILIENSE, Danielle.
As contribuições dos romances
policiais do século XIX para
as narrativas jornalísticas dos
crimes contemporâneos. Revista
Ecopós: Comunicação e Gosto,
v. 17, n. 3, Rio de Janeiro, 2014,
p. 4.
Casa do hip hop abre espaço
para a cultura de rua. O Estado
de S. Paulo, 14 mar. 2000.
Afi nal,
levam como folha ao vento/
como no velho ditado/ sem lenço,
sem documento/ te dominando
com a desinformação
Ouvir
pela mídia
CD Transformação. Cabo Frio:
s./d. (independente).
Após escutar
gaita
e cruz. Cuiabá: 2008 (independente),
o ouvinte é como que
convidado a pensar e ampliar
o seu repertório de informações
sobre o tema do crack; ao ouvir
Morte. CD Crime do raciocínio.
São Paulo: Sky Blue, 1999, é-lhe
possibilitado problematizar e
refl etir sobre a realidade educacional
do país; ao atentar
para os dramas cantados em
CD O espetáculo do circo dos horrores.
São Paulo: Facção Central
Produções Fonográfi cas, 2006,
percebem-se novos argumentos
para embasar posicionamentos
críticos sobre a saúde
pública. E por aí vai.
Cf. BENJAMIN, Walter. Sobre
o conceito de história. In: Magia
e técnica, arte e política, op. cit.
MC
ver. São Paulo: Kaskata, 1994.
Guardadas as diferenças de
época e de contexto, é cabível
lançar uma ponte entre essa
postura dos rappers e a dos
sambistas dos anos 1930, no
Brasil. Ao saírem em defesa do
samba, eles, com justo orgulho,
proclamavam-se
samba
de samba
Adalberto. Os desafi nados: sambas
e bambas no
São Paulo: Intermeios/CNPq/
Fapemig, 2015, cap. 2, esp. p.
e 87.
CHARTIER, Roger. A mão
do autor e a mente do editor. São
Paulo: Editora Unesp, 2014, p.
e 26.
GINZBURG, Carlo. Apontar
e citar: a verdade da História.
Revista de História, n. 2/3, Campinas,
, p. 92.
Um quilombola com o poder
da palavra. Raiz, out. 2006.
Entrevista com Consciência
Humana. Rap Brasil, ano 2, n.
, 2003.
Humana, op. cit.
ClãNordestino. CD A
peste negra. Hortolândia: Face
da Morte, 2003.
CD Mudança. Campinas: 2010
(independente).
Desista de desistir. Taubaté: 2003
(independente).
ROSENSTONE, Robert A. A
história nos fi lmes, os fi lmes na
história. São Paulo: Paz e Terra,
, p. 54.
(Paulo Diniz). Paulo Diniz. LP
Quero voltar pra Bahia. Rio de
Janeiro: Odeon, 1970.
RZO e Família RZO. São Paulo:
(independente).
op. cit.
Para uma reflexão sobre
traumas, memórias e marcas
que determinadas experiências
produzem, ver GAGNEBIN,
Jeane Marie. Lembrar, escrever,
esquecer. São Paulo: Editora
, 2006, esp. o capítulo
rastro e a cicatriz: metáforas da
memória
Rapper Sabotage foi atingido
por quatro tiros, diz hospital.
Folha de S. Paulo [edição on line],
jan. 2003.
Morreram. Veja, 29 jan. 2003.
Acredita-se que a morte de
Sabotage foi provocada por
desafetos acumulados nas
suas incursões pelo mundo
do crime.
Polícia encontra capuz ao
lado do corpo do rapper Sabotage.
Folha de S. Paulo [edição on
line], 24 jan. 2003.
Refi guração, de acordo com
Ricoeur, é
da experiência viva sob o efeito
da narração
apud GAGNEBIN, Jeane Marie,
op. cit., p. 172.
Sobre memória coletiva,
ver HALBWACHS, Maurice.
A memória coletiva. São Paulo:
Vértice, 1990.
Ver, sobre o assunto, NORA,
Pierre. Entre memória e história:
a problemática dos lugares.
Projeto História, n. 10, São Paulo,
dez. 1993.
POLLAK, Michael. Memória,
esquecimento, silêncio. Estudos
Históricos, v. 2, n. 3, Rio de Janeiro,
, p. 3.
Idem, ibidem, p. 7.
Idem, ibidem, p. 8.
Ver C., Toni. Um bom lugar:
biografia oficial de Mauro
Mateus dos Santos. São Paulo:
LiteraRua, 2013. Segundo
Gilmar Penteado, o rapper teve
duas passagens pela polícia, em
: uma por porte de drogas
e outra por tráfi co. Ver Tiros
atingiram orelha, boca e coluna.
Penteado, Gilmar. Folha de S.
Paulo, 25 jan. 2003.
Idem.
Idem.
POLLAK, Michael. Memória,
esquecimento, silêncio, op.
cit., p. 9.
Ver/ouvir
homem leal
Direção: Daniel Grinspum.
Brasil: Preta Portê Filmes, 2012,
sobre Carlos Marighella,
das multidões/ encarnações
de célebres malandros/ de
cérebros brilhantes/ [...]/ mártir,
mito ou maldito sonhador/ bandido
da minha cor
Slim Rimografia. CD Amor,
vida e música. São Paulo: 2006
(independente);
Davi. Florianópolis: s./d. (independente),
que reverencia
a
nunca para/ como Luís Carlos
Prestes, Rosa Luxemburgo e
Che Guevara
Ouvir, por exemplo,
NUC. Col. 1º Encontro
Nacional Nação Hip Hop Brasil,
, que rompe com alguns
marcos consagrados, apontando
que
farsa
a nossa história
cit., que na mesma perspectiva
destaca que
jeito que a história te ensinou/
Zumbi que lutou, a princesa só
assinou
Ouvir, entre outras,
honra
CD Transformação, op. cit.
C., Toni, op. cit., p. 23.
Ver
Sabotage. CD Rap é compromisso,
op. cit.
Ver
tem
op. cit.
Wanderson Sabotinha. Brasil:
Mó-H Filmes, s./d. 1 DVD (son.,
color.).
Sabotage: o maestro do Canão.
Direção: Ivan 13P. Brasil: 13
Produções, 2015. 1 DVD (son.,
color.).
Sabotage propôs integração
do samba ao rap. Pedro Alexandre
Sanches. Folha de S. Paulo,
jan. 2003.
Wanderson Sabotinha, op. cit.
Que nas suas considerações
Comunista, os historiadores
socialistas, os sindicalistas
etc., cuja tarefa é precisamente
enquadrar a memória
POLLAK, Michael. Memória e
identidade social. Estudos Históricos,
v. 5, n. 10, Rio de Janeiro,
, p. 206.
Entrevista com Clãndestinos.
Hip Hop Alagoas, 21 nov. 2008.
Entrevista com DMN. Rap
Nacional, 26 fev. 2004.
Entrevista com MV Bill. Rap
Nacional, 24 jun. 2005.
us que são representa. São Paulo:
daSul, 2006.
Mano Brown. Roda Viva. São
Paulo: TV Cultura, 2006.
Entrevista com Rappin Hood.
Enraizados, 2 maio 2007.
Para Alexandre de Maio,
da música. Ele revolucionou a
vida dele, revolucionou o meio
que ele vivia, levou a revolução
dele pra outros lugares... morreu
cedo, virou parte da história
Ver Sabotage: o maestro do
Canão, op. cit.
Para Sombra
um cara que era o seguinte: a
gente... ele num tinha nem gravado
o disco ainda e a gente já
via ele como uma grande, como
se fala... uma grande personalidade
da trilha sonora do hip
hop, que é o rap
nós. Direção: Guilherme Xavier
Ribeiro. Brasil: Guarda Chuva/
MTV Brasil, 2013, 1 DVD (son.
Color.).
Os rappers do Z
suas homenagens a
Sabotage em
Z
São Paulo: YB Music, 2006.
O DBS garante que
cem anos vão falar de Sabotage
Ouvir
e A Quadrilha. CD O clã prossegue.
São Paulo: Sky Blue, 2007.
Criolo reconheceu que
sou nota cinco/ e sem provocá
alarde/ nota dez é Dina Di, DJ
Primo e Sabotage
Criolo. CD Nó na orelha. São
Paulo: Oloko Records, 2011.
De acordo com o produtor
Daniel Ganjaman,
[...] é um dos artistas mais
geniais que o Brasil já teve e
com certeza é um dos rappers
mais criativos
maestro do Canão, op. cit.
Emicida falou recentemente
que
camaradas, mas o hip hop inteiro
entrou em uma grande
depressão quando o Sabotage
morreu. Porque imagina que
o hip hop não é um gênero
que tem artistas passando na
televisão e tocando nas rádios,
então quando você tem o maior
nome... quando você perde o
maior expoente da cultura, aí,
irmão, o hip hop inteiro fi cou
sem chão [...] o hip hop voltou
triste pra casa, o sonho acabou,
sacou?
São Paulo, Centro
Culural Fiesp Ruth Cardoso,
nov. 2013.
Sabotage nós, op. cit.
Sabotage, o invasor. VAZ,
Sérgio. O colecionador de pedras.
São Paulo: Global, 2007.
O rapper Dexter, por exemplo,
confessa que
para escrever uma letra lembro
muito de uma frase do Sabotage:
viagem
maior afinidade seja essa.
Apud C., Toni, op. cit., p. 246.
Na ocasião, Buzo escreveu:
anos sem o Maurinho/
sem o poeta do Canão/ sem o
mano sangue bom/ com seus
cabelos pro ar/ sua rima veloz,
furiosa/ na simpatia e humildade,
muito longe chegou/
cinema, O invador, Carandiru/
deixou a todos exemplo/ o Rap
resgata/ resgatou ele, Hood,
RZO/ CD saiu, povo curtiu/
polícia sai do pé...
que o Canão era um bom lugar/
brilhou o Maurinho, virou
Sabotage/ nunca é tarde.../ 9
anos sem seu caderno todo
rabiscado,/ sem sua alegria de
sobrevivente/ triste lembrar
que não está mais com a gente/
mas sempre estará, em nossas
mentes e corações/ seu recado
eu escutei e vivo/
não é viagem
incomoda um pouco, muita
gente falando, estampando
camiseta/ rap é compromisso/ e
os poucos que dão atenção pro
Wanderson e Tamires, fi lhos do
Sabota/ até talento eles têm, os
uma vida pela frente/ hoje, 9
anos sem Sabotage/ da periferia
o sentimento é de saudade
BUZO, Alessandro. 9 anos sem
Sabotage, 2012. Disponível em
/01/9anossemsabotage>. Acesso
em 27 jan. 2016.
Ver postagens de 24 jan. 2012
em www.twitt er.com/projota.
Respeito é pra quem tem.
INQU
palavras. Campinas: 2013 (independente).
Karol Conka se engaja nessa
causa em
Conka. CD Batuk freak. São Paulo:
(independente):
Sabotage, MC de compromisso/
cumpre seu papel/ no céu/ que
aqui a gente te mantém vivo
Entrevista com Douglas.
Outros 500, s./inf.
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