Entre o culto e a exclusão: o lugar de Machado no projeto crítico de Mário de Andrade
Resumo
Nas crônicas que escreveu para o Diário de Notícias do Rio de Janeiro, em 1939, por ocasião do centenário de achado de Assis, Mário de Andrade, parece ter herdado o lugar-comum da crítica brasileira do século passado, comprometendo o que o movimento modernista já teria conquistado no campo da literatura de vanguarda no país. Por outro lado, suponho ter percebido, entre as frases que compõem a argumentação sinuosa e vacilante desses textos, intuições não explicitadas, sentimentos não confessados. O artigo que apresento vai em busca desses não-ditos, apenas sugeridos nas entrelinhas das crônicas, que mal disfarçam a paixão contida do escritor modernista por um legado literário que mal compreende. PALAVRAS-CHAVE: Crítica literária brasileira, Mário de Andrade, Machado de Assis. ABSTRACT: Mário de Andrade seems to have inherited the cliché of the Brazilian review of the last century in the chronics that he wrote for the Diário de Notícias of Rio de Janeiro in 1939, on the occasion of the centenary of Machado de Assis, compromising what the modernist movement had already gained in the field of the avant-garde literature in the country. On the other hand, I suppose have noticed not explicit intuitions, not declared feelings among the phrases that make up the sinuous and faltering argumentation of these texts. The article that I present goes on these non-spoken elements, only suggested between the lines of the chronics, which barely mask the contained passion of the modernist writer for a literary legacy that he hardly understands. KEYWORDS: Brazilian literary review, Mário de Andrade, Machado de Assis.
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