Nacionalismo musical: o samba como arma de combate ao fado no Brasil dos anos 1930

Autores/as

  • Adalberto Paranhos Universidade Federal de Uberlândia

Resumen

A exemplo do que acontecia em outros cantos do mundo, respirava-se, no Brasil da década de 1930, um clima saturado de nacionalismos de todas as espécies. O campo musical não se manteve alheio à emergência, à direita e à esquerda do espectro político da época, de tendências que concebiam o estrangeiro como a encarnação do mal. Nesse momento de afirmação do samba como ícone musical da nacionalidade, a música popular que aqui se gravava incorporava especialmente o fado, o tango e o fox-trot, que eram, sem dúvida, os gêneros "estrangeiros" mais em voga. Até meados dos anos 1930 o fado encontrou no país considerável ressonância, a ponto de levar compositores como Orestes Barbosa a investir contra ele, "coisa de português", tomada como sinônimo de atraso de vida. O samba, na contramão desses ritmos tidos como alienígenas, seria, acima de tudo, o escudo musical protetor da nação contra a "conspurcação" de seus costumes.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Biografía del autor/a

  • Adalberto Paranhos, Universidade Federal de Uberlândia
    Mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Doutor em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor do Instituto de Ciências Sociais e dos Programas de Pós-graduação em História e em Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisador do CNPq. Autor, entre outros livros, de O roubo da fala: origens da ideologia do trabalhismo no Brasil. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2007.

Publicado

2013-03-19

Número

Sección

Dossiê: História & Música Popular

Cómo citar

Nacionalismo musical: o samba como arma de combate ao fado no Brasil dos anos 1930. (2013). ArtCultura, 14(24). https://seer.ufu.br/index.php/artcultura/article/view/22116