Pandemia e a colonialidade em (dis)curso no corpo da mulher negra
DOI:
https://doi.org/10.14393/HTP-v3n1-2021-59354Palavras-chave:
Empregada Doméstica, Análise do Discurso, Racismo EstruturalResumo
Este artigo propõe refletir sobre a pandemia a partir da mulher negra, especificamente do lugar da trabalhadora doméstica como representativo da colonialidade e das desigualdades sociais no Brasil. Para a reflexão é tomado o enunciado remetido à trabalhadora doméstica Mirtes Souza no especial Falas Negras, exibido na Globo em 20 de novembro de 2020 em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra. Pela Análise do Discurso com Foucault se encaminha a reflexão do artigo, com as lentes da interseccionalidade e da decolonialidade, para evidenciar a linha de força que vulnerabiliza esse corpo não apenas na pandemia, mas num lastro histórico em curso desde a colonização com permanentes atualizações que as permitem acontecer com efeito de naturalidade, que é o papel do Dispositivo Colonial. O enunciado é o ponto de partida para traçar uma rede de memória com fins de revolver condicionantes históricas para o lugar dessa mulher no presente, apontando a desumanização desse corpo como resultado de um projeto colonial em curso até a atualidade.
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