Refugiados Sírios no Brasil
a inserção laboral na ausência de Políticas Públicas e o papel das Organizações da Sociedade Civil
DOI:
https://doi.org/10.14393/RFADIR-v48n1a2020-50515Palavras-chave:
Refugiados Sírios, Políticas Públicas, Organizações da Sociedade Civil, Integração TrabalhistaResumo
O Brasil é o principal receptor de cidadãos sírios que procuram refúgio na América Latina. Apesar da distância da Síria comparativamente à dos países europeus, o Brasil é frequentemente escolhido como destino devido a duas razões principais: o visto humanitário concedido às pessoas afetadas pela guerra na Síria, que exige menos requisitos do que um visto regular, e a possibilidade de adquirir uma permissão de trabalho mesmo antes da concessão do status de refúgio. Contudo, os refugiados/ requerentes de refúgio sírios enfrentam desafios no acesso ao mercado de trabalho devido a barreiras linguísticas, dificuldades em provar qualificações profissionais anteriores e discriminação contra pessoas de origem árabe. A esfera pública é, por lei, responsável por promover políticas de integração para refugiados e abordou questões como assistência jurídica a essa população, mas não possui ações claras na integração de refugiados no mercado de trabalho. A sociedade civil organizada realiza um trabalho valioso nesse sentido, com muitas iniciativas para auxiliar os refugiados inseridos no mercado de trabalho, como cursos de idiomas, criação de currículos e conscientização das empresas sobre a contratação de refugiados. Como essas instituições não contam com apoio financeiro suficiente da esfera pública, elas dependem muito da força de trabalho voluntária, que apesar de ser muito útil, muitas vezes não é especializada em lidar com questões de refúgio. Ao realizar uma revisão qualitativa da literatura sobre o assunto, extraída de livros, artigos, artigos de periódicos, teses de doutorado, teses de bacharelado e jornais tanto em português quanto em inglês, esta pesquisa pretende descobrir como as organizações da sociedade civil estão auxiliando refugiados sírios a integrar-se no mercado de trabalho no Brasil, preenchendo a lacuna deixada pelo poder público e sofrendo muitas vezes com a sobrecarga de responsabilidade e trabalho.
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