ANÁLISE CRÍTICO-REFLEXIVA DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO: O ENSINO DE GEOGRAFIA EM QUESTÃO

Autores/as

  • Alcinéia de Souza Silva Universidade de Brasília (UnB)
  • Hugo de Carvalho Sobrinho Universidade de Brasília (UnB)
  • Cristina Maria Costa Leite Universidade de Brasília (UnB)

DOI:

https://doi.org/10.14393/REG-v8-2017-78638

Palabras clave:

Critical analysis, Geography teaching, High School Reform

Resumen

O objetivo deste artigo é apontar algumas reflexões sobre o fim da obrigatoriedade do ensino de Geografia no Ensino Médio e as suas implicações no processo de formação crítica, intelectual e cidadã do estudante. A partir de revisão literária que versa sobre o papel da Geografia no âmbito escolar e da análise crítica da Lei n.º 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que aprova a reforma na última etapa da Educação Básica, busca-se discorrer acerca do processo verticalizado da implementação da referida norma, assim como da relevância desta área do conhecimento na composição do núcleo comum, de cunho obrigatório nos três anos do Ensino Médio. Procura-se ainda provocar uma reflexão sobre o contexto de sérios ataques à democracia brasileira por meio de medidas de caráter essencialmente neoliberais implantadas nos últimos tempos, cuja repercussão compromete a oferta da educação pública, gratuita e de qualidade. Pela perspectiva dialética, essa discussão abrange os principais pontos instituídos, como a integralização do ensino e condições reais da escola; a composição do novo currículo para o Ensino Médio e a posição secundária dada a algumas áreas do conhecimento, a exemplo da Geografia; a primazia concedida à educação técnica no tocante à carga horária; e, as regalias para a atuação de profissionais (com notório saber) e a desvalorização aos profissionais do magistério. O trabalho defende a oferta obrigatória da Geografia, visto que o reconhecimento das espacialidades dos fenômenos, o conhecimento do mundo, a construção da cidadania e a compreensão das inextrincáveis realidades sociais contemporâneas, se devem aos seus atributos por meio dos temas e das categorias geográficas. Nesses raciocínios, acredita-se numa educação que contemple a formação humana e não a que se apropria do aluno como capital humano para fomentar o desenvolvimento capitalista.

Biografía del autor/a

  • Alcinéia de Souza Silva, Universidade de Brasília (UnB)

    Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia  - Universidade de Brasília - UnB. Professora da Secretaria Municipal de Educação de Formosa-Goiás

  • Hugo de Carvalho Sobrinho, Universidade de Brasília (UnB)

    Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Geografia - Universidade de Brasília - UnB. Professor da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal – SEEDF

  • Cristina Maria Costa Leite, Universidade de Brasília (UnB)

    Doutora em Geografia - Universidade de Brasília-UnB. Professora da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade de Brasília

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Publicado

2017-08-27

Número

Sección

Artigos

Cómo citar

ANÁLISE CRÍTICO-REFLEXIVA DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO: O ENSINO DE GEOGRAFIA EM QUESTÃO. Revista de Ensino de Geografia, Uberlândia, v. 8, n. 14, p. 128–140, 2017. DOI: 10.14393/REG-v8-2017-78638. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/revistadeensinodegeografia/article/view/78638. Acesso em: 7 dec. 2025.