GEOEPIDEMIOLOGIA DA SÍFILIS GESTACIONAL EM ALTAMIRA-PA FACE A CONSTRUÇÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia2175870Palavras-chave:
Saúde na Amazônia, Sífilis em gestantes, Epidemiologia, Geoprocessamento, UHE Belo MonteResumo
Objetivo: Caracterizar a epidemiologia espacial da sífilis em gestantes e a influência da instalação da UHE Belo Monte, em um período de 12 anos, no município de Altamira, estado do Pará. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, observacional ecológica e retrospectiva com uma análise espacial sobre os casos de sífilis gestacional no período de 2008 a 2019. Os dados foram obtidos no sistema de notificação de sífilis gestacional do Sistema de Informação em Saúde (SIS) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), e tabulados em planilhas, a partir das informações disponibilizadas pela Secretaria de Saúde do estado do Pará. Resultados: foram encontrados 436 casos de sífilis gestacional notificados no período de 2008 a 2019, no município de Altamira, destes 91,97% pertenciam ao espaço urbano. De acordo com a análise do período estudado foi observado que a partir de 2010 ocorreu um aumento no número de notificações de sífilis gestacional na cidade de Altamira, com valores crescentes nos anos decorrentes. Conclusão: O estudo permitiu uma reflexão sistemática sobre os impactos gerados pela implementação da UHE Belo Monte na distribuição dos casos notificados de sífilis gestacional. Notoriamente, trouxe mudanças geoespaciais, sociais, culturais e de saúde para região Xingu.
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