ANÁLISE ESPACIAL E TEMPORAL DA EPIDEMIA DE ESPOROTRICOSE EM GUARULHOS (2011 – 2023)

Autores

  • Dafne Fontoura de Lima Universidade de São Paulo
  • Juliana Batista Andrade Silva Secretaria Municipal de Saúde de Guarulhos
  • Wilson Mansho Secretaria Municipal de Saúde de Guarulhos https://orcid.org/0000-0002-1186-1821
  • Nilson Roberti Benites Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.14393/Hygeia2175061

Palavras-chave:

Distribuição espacial, Moran, Saúde única, Sporothrix, Zoonoses

Resumo

A esporotricose é uma doença fúngica que atinge humanos e animais, principalmente felinos. Desde 2011 o município de Guarulhos tem registrado casos da doença em animais com aumentos significativos anualmente, intensificando a cada ano o risco para os humanos devido à proximidade com os animais infectados.  Considerando essa preocupação, foi realizado um estudo ecológico com o objetivo de descrever a distribuição espaço-temporal da doença no período de 2011 a 2023. Para tal, os casos de esporotricose animal disponibilizados pelo Centro de Controle de Zoonoses de Guarulhos foram geocodificados e associados aos seus setores censitários (SC) correspondentes. Analisou-se a distribuição dos casos no tempo e no espaço através de mapas de densidade espacial Kernel, decomposição clássica da série temporal, índices de Moran Global e Local, e comparação entre grupos de setores censitários pré-estabelecidos de acordo com os números de casos anuais. Essas análises revelaram que o padrão de distribuição dos casos não é aleatório (Moran Global com p<0,001) e possui tendência crescente (Teste de Friedman entre períodos com p=0,018), o que torna necessária a manutenção da vigilância da esporotricose no município e em seus vizinhos para implementação de políticas de controle da doença em humanos e animais. 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ANSELIN, L. Local indicators of spatial association – LISA. Geographical Analysis, v. 27, n. 2, p. 93-115, 1995. https://doi.org/10.1111/j.1538-4632.1995.tb00338.x

BARROS, M. B. L.; SCHUBACH, T. P.; COLL, J. O.; GREMIÃO, I. D.; WANKE, B.; SCHUBACH, A. Esporotricose: a evolução e os desafios de uma epidemia. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 27, n. 6, p. 455–460, 2010.

BIVAND, R. R Packages for Analyzing Spatial Data: A Comparative Case Study with Areal Data. Geographical Analysis, v. 54, n. 3, p. 488-518, 2022. https://doi.org/10.1111/gean.12319

CHAVES, A.R.; DE CAMPOS, M.P.; BARROS, M.B.L.; DO CARMO, C.N.; GREMIÃO, I.D.F.; PEREIRA, S.A.; SCHUBACH, T.M.P. Treatment Abandonment in Feline Sporotrichosis – Study of 147 Cases. Zoonoses and Public Health, 60: 149-153, 2013. https://doi.org/10.1111/j.1863-2378.2012.01506.x

CÓRDOBA S.; ISLA G.; SZUSZ W. et al. Molecular identification and susceptibility profile of Sporothrix schenckii sensu lato isolated in Argentina. Myc. 2018;61:441–448.

DER-SP. Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo.

DUNNINGTON, D. ggspatial: Spatial Data Framework for ggplot2. R package version 1.1.9, 2023.

FALCÃO, E. M. M. et al. Hospitalizações e óbitos relacionados à Esporotricose no Brasil (1992-2015). Cadernos de Saúde Pública [online]. v. 35, n. 4, 2019. https://doi.org/10.1590/0102-311X00109218

GUARULHOS (SP). Macrozona de Áreas Ambientalmente Protegidas. Prefeitura de Guarulhos, 2014. Disponível em: https://gestaourbana.guarulhos.sp.gov.br/sites/default/files/file/arquivos/003_Mac%20de%20Areas%20Ambientalmente%20Protegidas.pdf. Acesso em: 2 out. 2024.

HYNDMAN, R.; ATHANASOPOULOS, G.; BERGMEIR, C.; CACERES, G.; CHHAY, L.; O'HARA-WILD, M.; PETROPOULOS, F.; RAZBASH, S.; WANG, E.; YASMEEN, F. forecast: Forecasting functions for time series and linear models. R package version 8.22.0, 2024.

KENDALL, M.; STUART, A. The Advanced Theory of Statistics, Vol. 3. Griffin, 1983, pp. 410–414.

LARSSON, C. E. Esporotricose. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v. 48, n. 3, p. 250–259, 2011. https://doi.org/10.11606/S1413-95962011000300010

LECCA, L. O. et al. Associated factors and spatial patterns of the epidemic sporotrichosis in a high density human populated area: A cross-sectional study from 2016 to 2018. Preventive Veterinary Medicine, Amsterdam, v. 176, p. 104939, mar. 2020. https://doi.org/10.1016/j.prevetmed.2020.104939

LIMA, D. F. de; CHIARAVALLOTI NETO, F.; SINHORINI, J. A.; BENITES, N. R. Identificação de padrão espacial de esporotricose animal no município de São Paulo nos anos de 2021 e 2022. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 7, n. 4, p. e71806, 2024. DOI: 10.34119/bjhrv7n4-234. https://doi.org/10.34119/bjhrv7n4-234

LÓPEZ-ROMERO, E.; REYES-MONTES, M. R.; PÉREZ-TORRES, A.; RUIZ-BACA, E.; VILLAGÓMES-CASTRO, J. C.; MORA-MONTES, H. M., et al. Sporothrix schenckii complex and sporotrichosis, an emerging health problem. Future Microbiology, v. 6, n. 1, p. 85-102, 2011. https://doi.org/10.2217/fmb.10.157

LUZARDO, A. J. R.; CASTAÑEDA FILHO, R. M.; RUBIM, I. B. Análise Espacial Exploratória Com O Emprego Do Índice De Moran. GEOgraphia, v. 19, n. 40, p. 161-179, 2017. https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2017.v19i40.a13807

MONTENEGRO, H.; RODRIGUES, A. M.; DIAS, M. A.; DA SILVA, E. A.; BERNARDI, F.; DE CAMARGO, Z. P. Feline sporotrichosis due to Sporothrix brasiliensis: an emerging animal infection in São Paulo, Brazil. BMC Veterinary Research, v. 10, p. 269, 2014. https://doi.org/10.1186/s12917-014-0269-5

PAIVA MT, et al. Spatial association between sporotrichosis in cats and in human during a Brazilian epidemics. Prev Vet Med. 2020;183:105125. https://doi.org/10.1016/j.prevetmed.2020.105125

PEBESMA, E.; BIVAND, R. Spatial Data Science: With Applications in R. Chapman and Hall/CRC, 2023. https://doi.org/10.1201/9780429459016

PEREIRA, S. A. et al. The epidemiological scenario of feline sporotrichosis in Rio de Janeiro, State of Rio de Janeiro, Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 47, p. 392–393, mar. 2014. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0092-2013

PEREIRA, Fernando Cortez. Vulnerabilidade social, esporotricose felina e priorização das áreas com maior incidência de casos no município de Guarulhos. 2020. Dissertação (Mestrado em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. https://doi:10.11606/D.10.2020.tde-26082020-142805

R CORE TEAM. R: A Language and Environment for Statistical Computing. Vienna: R Foundation for Statistical Computing.

SILVERMAN, B. W. Density Estimation for Statistics and Data Analysis. New York: Routledge, 1998. https://doi.org/10.1201/9781315140919

WICKHAM, H. ggplot2: Elegant Graphics for Data Analysis. New York: Springer-Verlag, 2016. https://doi.org/10.1007/978-3-319-24277-4

WICKHAM, H.; FRANÇOIS, R.; HENRY, L.; MÜLLER, K.; VAUGHAN, D. dplyr: A Grammar of Data Manipulation. R package version 1.1.4, 2023b.

WICKHAM, H.; HESTER, J.; BRYAN, J. readr: Read Rectangular Text Data. R package version 2.1.4, 2023a.

WICKHAM, H.; VAUGHAN, D.; GIRLICH, M. tidyr: Tidy Messy Data. R package version 1.3.0, 2023c.

Downloads

Publicado

30-05-2025

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

LIMA, Dafne Fontoura de; SILVA, Juliana Batista Andrade; MANSHO, Wilson; BENITES, Nilson Roberti. ANÁLISE ESPACIAL E TEMPORAL DA EPIDEMIA DE ESPOROTRICOSE EM GUARULHOS (2011 – 2023). Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, Uberlândia, v. 21, p. e2122, 2025. DOI: 10.14393/Hygeia2175061. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/75061. Acesso em: 5 dez. 2025.