PERSISTÊNCIA DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO BRASIL: ANÁLISE DE TENDÊNCIAS TEMPORAIS E PADRÕES ESPACIAIS
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia2174334Palavras-chave:
Análise espacial, Epidemiologia, Doenças negligenciadas, LeishmanioseResumo
Analisar a dinâmica espacial e temporal e os fatores associados à Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) no Brasil. Estudo ecológico, que analisou os casos de LTA registrados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação brasileiro. A análise temporal se deu pelo método Joinpoint. Na identificação de clusters empregou-se autocorrelação espacial, estatística de varredura espacial e o método Gets Ord Gi*. Utilizou-se modelos de regressão clássica e espaciais para identificação dos fatores associados à doença. A LTA apresentou tendência decrescente (Annual Percentage Change (APC): -4,6%; IC95%: -6,8 - -2,3; p=0,002) e incidência de 9,76 casos por 100.000 habitantes. As técnicas de detecção de aglomerados apontam para clusters espaciais nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. O Índice de Vulnerabilidade Social (β=31,25) e Índice de Gini (β=123,79) associaram-se positivamente com o desfecho. Houve diminuição da incidência de LTA no Brasil com clusters da doença concentrados na região Norte.
Downloads
Referências
ARCÊNCIO, R. A.; BERRA, T. Z.; TERENA, N. F. M.; ROCHA, M. P.; ALECRIM, T. F. A.; KIHARA, F. M. S.; et al. Spatial clustering and temporal trend analysis of international migrants diagnosed with tuberculosis in Brazil. PLoS One, v. 16, n. 6, e0252712, 2021. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0252712
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Biblioteca Virtual em Saúde. Leishmaniose. Brasília: MS, 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/leishmaniose-2/
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Saúde de A a Z. Leishmaniose Tegumentar (LT). Brasília: MS, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/l/lt
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Vigilância em Saúde. Abordagens Espaciais na Saúde Pública. Capacitação e Atualização em Geoprocessamento em Saúde. Brasília: MS, 2006. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/serie_geoproc_vol_1.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Abordagens espaciais na saúde pública. Série: Capacitação e Atualização em Geoprocessamento em Saúde (Volume 1). Secretaria de Vigilância em Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Brasília, 2006. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/serie_geoproc_vol_1.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana. 2. ed. Atualizada. Brasília: MS, 2017. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. 5. ed. Brasília: MS, 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf
BRASIL. Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB): indicadores de dezembro de 2020. Brasília: Ministério da Saúde, Departamento da Atenção Básica, 2020. Disponível em: https://egestorab.saude.gov.br/paginas/acessoPublico/relatorios/relHistoricoCoberturaAB.xhtml
DELAMORA, M. C.; GARCIA, G. P. P. Análise epidemiológica de casos humanos de Leishmaniose Tegumentar Americana: Minas Gerais, Brasil, 2010 a 2017. Sustentare, v. 4, n. 1, p. 22-35, 2020. http://dx.doi.org/10.5892/st.v4i1.6161
DU, R.; HOTEZ, P. J.; AL-SALEM, W. S.; ACOSTA-SERRANO, A. Old World Cutaneous Leishmaniasis and Refugee Crises in the Middle East and North Africa. PLoS Neglected Tropical Diseases, v. 10, n. 5, 2016. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0004545
ESTUMANO, J. C.; SÁ, L. L.; MACÊDO, C. G. Leishmaniose tegumentar americana: análise epidemiológica de uma década no interior da Amazônia, Brasil. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 6, p. 36311-36325, 2020. https://doi.org/10.34117/bjdv6n6-248
FIRJAN. IFDM – Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal: IFDM Edição 2014. Nota Metodológica. Rio de Janeiro: FIRJAN, 2015. Disponível em: https://www.firjan.com.br/data/files/B7/43/4A/72/CE2615101BF66415F8A809C2/Anexo%20Metodológico%20IFDM.pdf
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Leishmaniose permanece como doença infectocontagiosa de grande impacto. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2022. Disponível em: https://fiocruz.br/noticia/2022/07/leishmaniose-permanece-como-doenca-infectocontagiosa-de-grande-impacto
GARNELO, L.; et al. Acesso e cobertura da Atenção Primária à Saúde para populações rurais e urbanas na região norte do Brasil. Saúde em Debate, v. 42, n. 1, p. 81-99, set. 2018. https://doi.org/10.1590/0103-11042018S106
GEODA. An Introduction to Spatial Data Science. New York: Luc Anselin, 2003. Disponível em: https://geodacenter.github.io/
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Demográfico 2010: características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Brasília: IBGE, 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Estatísticas Populacionais e Geográficas. Brasília: IBGE, 2022. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/pt/inicio.html
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Brasília: IBGE, 2015. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9127-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios.html
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Índice de vulnerabilidade social: indicadores de 2010. Brasília: IPEA, 2010. Disponível em: http://ivs.ipea.gov.br/index.php/pt/planilha
KULLDORFF, M. A. A spatial scan statistic. Communications in Statistics: Theory and Methods, v. 26, n. 6, p. 1481-1496, 1997. https://doi.org/10.1080/03610929708831995
MARENGO, J. A.; NOBRE, C. A.; SELUCHI, M. E.; CUARTAS, A.; ALVES, L. M.; MEDIONDO, E. M.; et al. A seca e a crise hídrica de 2014-2015 em São Paulo. Revista USP, v. 106, p. 31-44, 2015. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i106p31-44
NUNES, B. E. B. R.; LEAL, T. C.; PAIVA, J. P. S.; SILVA, L. F.; CARMO, R. F.; MACHADO, M. F.; et al. Social determinants of mortality due to visceral leishmaniasis in Brazil (2001-2015): an ecological study. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 53, 2020. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0262-2019
OLIVEIRA, R. G. D. Sentidos das doenças negligenciadas na agenda da saúde global: o lugar de populações e territórios. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, p. 2291-2302, 2018. https://doi.org/10.1590/1413-81232018237.09042018
OLIVEIRA, I. V. G.; MARANHÃO, T. A.; SOUSA, G. J. B.; SILVA, T. L.; ROCHA, M. I. F.; FROTA, M. M. C.; et al. Maternal mortality in Northeast Brazil 2009-2019: spatial distribution, trend and associated factors. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 32, n. 3, e2022973, 2023. https://doi.org/10.1590/S2237-96222023000300009.EN
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Leishmanioses. Geneva: OMS, 2023. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/leishmaniose
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Leishmanioses: Informe Epidemiológico das Américas. Washington: OPAS, 2020. Disponível em: https://www.paho.org/pt/documentos/leishmanioses-informe-epidemiologico-das-americas-no-11-dezembro-2022
PACHIEGA, J.; SILVA, G. M. S.; COSTA, R. M.; LONGHI, F. G.; ESPINOSA, A. S. Z.; DOMÍNGUEZ, O. A. E. Incidência da Leishmaniose Tegumentar Americana no Centro-Sul de Mato Grosso, Brasil entre 2000 a 2019. Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, v. 11, n. 4, p. 126-135, 2021. Disponível em: https://sustenere.inf.br/index.php/rica/article/view/CBPC2179-6858.2020.004.0011
PNUD; IPEA; FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Rio de Janeiro: PNUD, 2020. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/categoria-projetos-e-estatisticas/9941-atlas-do-desenvolvimento-humano-no-brasil
ROCHA, M. I. F.; MARANHÃO, T. A.; FROTA, M. M. C.; ARAUJO, T. K. A.; SILVA, W. W. S. V.; SOUSA, G. J. B.; et al. Mortalidade por doenças tropicais negligenciadas no Brasil no século XXI: análise de tendências espaciais e temporais e fatores associados. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 4, 2023. https://doi.org/10.26633/RPSP.2023.146
SANTOS, G. R. A. C.; SANTOS, J. J.; SILVA, B. A. T.; SANTOS, A. S.; NOGUEIRA, R. S.; NASCIMENTO, V. A. S. Perfil epidemiológico dos casos de Leishmaniose Tegumentar Americana no Brasil. Enfermagem em Foco, v. 12, n. 5, p. 1047-1053, 2021. Disponível em: https://enfermfoco.org/article/perfil-epidemiologico-dos-casos-de-leishmaniose-tegumentar-americana-no-brasil/
SERAFIM, E. R.; OLIVEIRA, M.; SANTOS, I.; OLIVEIRA NETO, M.; LIMA, V. F. Análise retrospectiva e prospectiva de casos humanos da Leishmaniose Tegumentar Americana no Brasil e em uma área endêmica em Pernambuco. Enciclopédia Biosfera, v. 17, n. 33, 2020. Disponível em: https://www.conhecer.org.br/enciclop/2020C/analise%20retrospectiva.pdf
SILVA, C. E. R.; DONOFRIO, F. C.; ALEGRANCI, P. Panorama epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar no estado de Mato Grosso: 2007 a 2019. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 11, p. 104771-104783, 2021. https://doi.org/10.34117/bjdv7n11-210
SOUSA, G. J. B.; GARCES, T. S.; PEREIRA, M. L. D.; MOREIRA, T. M. M.; SILVEIRA, G. M. Temporal pattern of tuberculosis cure, mortality, and treatment abandonment in Brazilian capitals. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 27, e3218, 2019. https://doi.org/10.1590/1518-8345.3019.3218
TEMPONI, A. O.; BRITO, M. G.; FERRAZ, M. L.; DINIZ, S. A.; SILVA, M. X.; CUNHA, T. N. Ocorrência de casos de Leishmaniose Tegumentar Americana: uma análise multivariada dos circuitos espaciais de produção, Minas Gerais, Brasil, 2007 a 2011. Cadernos de Saúde Pública, v. 34, n. 2, 2018. https://doi.org/10.1590/0102-311X00165716




