PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E TENDÊNCIA DA HANSENÍASE EM MENORES DE 15 ANOS NO PARANÁ, 2001 - 2021
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia2173536Palavras-chave:
Hanseníase, Criança, Adolescente, Fatores de tempoResumo
Objetivo: Estimar as características demográficas, clínicas e a tendência temporal da hanseníase em menores de 15 anos. Método: Estudo ecológico de séries temporais com dados provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram incluídos todos os casos notificados e confirmados de hanseníase em menores de 15 anos residentes no estado do Paraná de janeiro de 2001 a dezembro de 2021. A análise da tendência temporal foi realizada por meio do modelo de regressão de Prais-Winsten. Resultados: Entre os casos notificados e confirmados (n=428), houve predominância do sexo feminino (n=230), brancos (n=270), classificação operacional paucibacilar (n=268), que apresentaram menos de cinco lesões (n=342), sem grau de incapacidade física instalado (n=357). Foram registrados em média 8,16 contatos por criança/adolescente, 3,39 deles examinados em média. Houve maior incidência em quatro regionais de saúde do estado, onde encontram-se municípios com alto grau de urbanização e densidade demográfica. A série temporal anual da detecção de hanseníase apresentou tendência decrescente (APC= -8,35; IC95% = -0,00049 – -0,0003). Conclusão: A tendência mostrou-se decrescente, apesar da maior incidência em algumas localidades específicas e das características clínicas encontradas. Reforça-se a necessidade de educação em saúde e busca ativa dos casos em menores de 15 anos.
Downloads
Referências
ANTAS, E. M. V. et al. Qualidade De Vida E Condição Clínica De Indivíduos Com Hanseníase. Reme: Rev. Min. Enferm. [Online], v. 26, p. e-1466, 2022. http://dx.doi.org/10.35699/2316-9389.2022.40403
ANTUNES, J. L. F.; CARDOSO, M. R. A. Uso da análise de séries temporais em estudos epidemiológicos. Epidemiol Serv Saúde, v. 24, n. 3, p. 565-76, 2015. https://doi.org/10.5123/S1679-49742015000300024
ASSIS, I. S. et al. Leprosy in urban space, areas of risk for disability and worsening of this health condition in Foz Do Iguaçu, the border region between Brazil, Paraguay and Argentina. BMC Public Health, v. 29, n. 20, 2020. https://doi.org/10.1186/s12889-020-8236-5
BANDEIRA, S. S..; PIRES, C. A.; QUARESMA, J. A. S. Nerve damage in young patients with leprosy diagnosed in an endemic area of the brazilian Amazon: a cross-sectional study. J Pediatr, v. 185, p. 143-148, 2017. https://doi.org/10.1016/j.jpeds.2017.02.035
BOIGNY, R. N. et al. Persistence of leprosy in household social networks: overlapping cases and vulnerability in endemic regions in Brazil Cad Saúde Pública, v. 35, n. 2, p. e00105318, 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico de hanseníase, n. esp. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2023/boletim_hanseniase-2023_internet_completo.pdf. Acesso em: 05 jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da hanseníase. Brasília: Ministério da Saúde; 2022. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/ptbr/midias/protocolos/publicacoes_ms/copy_of_20230131_PCDT_Hanseniase_2022_eletronica_ISBN.pdf. Acesso em: 28 jun. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. 5. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guiavigilanciasaude5edrevatual.pdf. Acesso em: 25 jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções. Sexualmente Transmissíveis. Estratégia Nacional para Enfrentamento da Hanseníase 2019-2022. Brasília: Ministério da Saúde; 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategia_nacional_enfrentamento_hanseniase_2019.pdf. Acesso em: 05 jul. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-operacional. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: http://www.credesh.ufu.br/sites/credesh.hc.ufu.br/arquivos/diretrizes-eliminacao-hanseniase-4fev16-web.pdf. Acesso em: 28 jun. 2023.
BRASIL. E-gestor. Cobertura da atenção básica. Disponível em: https://egestorab.saude.gov.br/paginas/acessoPublico/relatorios/relHistoricoCoberturaAB.xhtml. Acesso em: 18 maio 2023
CLEVELAND, R. B.; CLEVELAND, W. S.; MCRAE, J. E.; TERPENNING, I. STL: a seasonal-trend decomposition procedure based on Loess. J Off Stat, v. 6, n.1, p. 3-33, 1990. Disponível em: https://www.wessa.net/download/stl.pdf Acesso em: 31 maio 2023.
FERREIRA, N. M. A. et al. Tempo para o diagnóstico da hanseníase e sua relação com fatores sociodemográficos e clínicos. Ciênc Cuid Saúde, v. 19, p. e53967, 2020.
FRADE, M. A. C. et al. Unexpectedly high leprosy seroprevalence detected using a random surveillance strategy in midwestern Brazil: a comparison of ELISA and a rapid diagnostic test. PLoS Negl Trop Dis, v. 11, n. 2, p. e0005375, 2017. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005375
GREENLAND, S. Analysis of polytomous exposures and outcomes. In: ROTHMAN, K. J.; GREENLAND, S.; LASH, T. Modern epidemiology. 3rd ed. Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia; 2008. Chapter 17. p. 303-27. Disponível em: https://students.aiu.edu/submissions/profiles/resources/onlineBook/a9c7D5ModernEpidemiology_3.pdf. Acesso em: 31 maio2023.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE cidades - Paraná. Amostra-famílias. 2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/pesquisa/23/24161?detalhes=true. Acesso em: 31 maio 2023.
JHA, R.; MARAHATTA, S. Profiles of pediatric leprosy: a report from a university hospital of Nepal in the post-elimination era. Am J Trop Med Hyg, v. 104, n. 1, p. 219-222, 2021. https://doi.org/10.4269/ajtmh.20-1135
KESSELS, A. M. S. et al. Série histórica dos casos de Hanseníase em menores de 15 anos em um estado do nordeste brasileiro. Hansen Int, v. 41, n. 1-2, p. 4-13, 2016. https://doi.org/10.47878/hi.2016.v41.34976
LOIOLA, H. A. B. et al. Perfil epidemiológico, clínico e qualidade de vida de crianças com hanseníase em um município hiperendêmico. Rev Enferm UERJ, v. 26, p. e32251, 2018. https://doi.org/10.12957/reuerj.2018.32251
MARTORELI JUNIOR, J. F. et al. Clusters of risk for the occurrence of leprosy and disabilities in children under 15 years of age in Cuiabá: a geospatial study. Rev Bras Epidemiol, v. 26, p. e230006, 2023. https://doi.org/10.1590/1980-549720230006
MORAES, P. C. et al. Epidemiological characteristics and trends of leprosy in children and adolescents under 15 years old in a low-endemic State in Southern Brazil. Rev Inst Med Trop São Paulo, v. 63, p. e80, 2021. https://doi.org/10.1590/s1678-9946202163080
MOURA, R. R. et al. Meta-analysis of Brazilian genetic admixture and comparison with other Latin America countries. Am J Hum Biol, v. 27, n. 5, p. 674-80, 2015. https://doi.org/10.1002/ajhb.22714
MPPR. Ministério Público do Paraná. Números da hanseníase voltam a crescer no Brasil. CAOP Saúde Pública, p. 1057, 2019. Disponível em: https://site.mppr.mp.br/saude/Pagina/Edicao-no-1057-25-de-julho-de-2019. Acesso em 16 jul. 2023.
NERY, J. S. et al. Socioeconomic determinants of leprosy new case detection in the 100 Million Brazilian Cohort: a population-based linkage study. Lancet Glob Health, v. 7, n. 9, p. e1226-e1236, 2019. https://doi.org/10.1016/S2214-109X(19)30260-8
OMS. Organização Mundial da Saúde. Global leprosy (Hansen’s Disease) strategy 2021–2030. Organização Mundial da Saúde: Genebra, 2021. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789290228509. Acesso em: 28 jul. 2023.
PARANÁ. Governo do Estado. Regionais de Saúde. Curitiba: Secretaria da Saúde, 2023. Disponível em: https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Regionais-de-Saude. Acesso em: 31 maio 2023.
PARANÁ. Secretaria de Estado de Saúde. Estratégias de eliminação da hanseníase no estado do Paraná. Curitiba: Instituto de Saúde do Paraná, 2005. Disponível em: http://www.saude.pr.gov.br/hanseniase/index.html. Acesso em: 18 jun 2023.
PARANÁ. Agência estadual de notícias. Secretaria de Saúde reforça compromisso de controle da hanseníase no Paraná. 30 jun. 2022. Disponível em: https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/Secretaria-de-Saude-reforca-compromisso-de-controle-da-hanseniase-no-Parana. Acesso em: 18 jun 2023.
PRAIS, S. J.; WINSTEN, C. B. Trend estimators and serial correlation. Cowles Commission Discussion Paper, Stat. n. 383, Chicago: University of Chicago; 1954. Disponível em: https://www.scirp.org/(S(vtj3fa45qm1ean45vvffcz55))/reference/ReferencesPapers.aspx?ReferenceID=1160655. Acesso em: 31 maio 2023.
REZA, N. R. et al. Pediatric leprosy profile in the postelimination era: a study from Surabaya, Indonésia. Am J Trop Med Hyg, v. 106, n. 3, p. 775-778, 2022.
RIBEIRO, M. D. A.; SILVA, J. C. A.; OLIVEIRA, S. B. Estudo epidemiológico da hanseníase no Brasil: reflexão sobre as metas de eliminação. Rev Panam Salud Publica, v. 42, p. e42, 2018. https://doi.org/10.26633/RPSP.2018.42
ROCHA, M. C. N.; NOBRE, M. L.; GARCIA, L. P. Temporal trend of leprosy among the elderly in Brazil, 2001-2018. Rev Panam Salud Publica, v. 44, p. e12, 2020. https://doi.org/10.26633/RPSP.2020.12
SAKRAL, A.; DOGRA, N.; DOGRA, D.; SHARMA, K. Clinical and epidemiological trends in childhood leprosy: a 20-year retrospective analysis from a tertiary care hospital in Jammu, North India. Indian J Dermatol Venereol Leprol, v. 88, p. 755-60, 2022. https://doi.org/10.25259/IJDVL_1326_20
SANTOS, A. N. et al. Perfil epidemiológico e tendência da hanseníase em menores de 15 anos. Rev Esc Enferm USP, v. 54, p. e03659, 2020. https://doi.org/10.1590/s1980-220x2019016803659
SANTOS, D. A. S. et al. Trends of leprosy in children under fifteen years in Rondonópolis-MT (2007 to 2016). Mundo Saúde, 42, n. 4, p. 1032-49, 2018. https://doi.org/10.15343/0104-7809.2018420410321049
SATO, C. M. et al. Social school contacts of multibacillary leprosy cases in children living in the hyperendemic region of the Midwest of Brazil. J Pediatr (Rio J), v. 98, n. 4, p. 431-7, 2022. https://doi.org/10.1016/j.jped.2021.11.009
SCHNEIDER, P. B.; FREITAS, B. H. B. M. Tendência da hanseníase em menores de 15 anos no Brasil, 2001-2016. Cad Saúde Pública, v. 34, n. 3, p. e00101817, 2018. https://doi.org/10.1590/0102-311x00101817
SILVA, R. R. S. et al. Enfrentamento da hanseníase em tempos de COVID-19: uma experiência exitosa de implantação de um sistema de rastreamento em área endêmica do Nordeste. Rev Bras Med Fam Comunidade, v. 18, n. 45, p. 3232, 2023. Disponível em: https://rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/3232. Acesso em: 18 jun 2023.
SILVA, L. A. et al. Hanseníase em menores de 15 anos: caracterização sociodemográfica e clínica dos casos em um município hiperendêmico. Cogitare Enferm, v. 27, p. e82221, 2022. https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3232
SOUZA, C. D. F.; MATOS, T. S. Characterization of leprosy in children under 15 years in an important municipality of north-eastern Brazil. Mundo Saúde, v. 41, n. 2, p. 130-7, 2017. https://doi.org/10.15343/0104-7809.20174102130137
TAAL, A. T. et al. The geographical distribution and socioeconomic risk factors of COVID-19, tuberculosis and leprosy in Fortaleza, Brazil. BMC Infect Dis, v. 23, n. 1, p. 662, 2023. https://doi.org/10.1186/s12879-023-08627-9
UPPUTURIA, B. et al A prevalence and risk factors for grade 2 disability among newly diagnosed leprosy in children and adolescents: a record-based analysis from India. Lepr Ver, v. 93, p. 79-88, 2022. https://doi.org/10.47276/lr.93.1.79
YAN, L.; SHEN, J.; ZHOU, M.; ZHANG, G. Survey on child leprosy patients and problems resulted from the disease in China. Lepr Ver, v. 86, n. 1, p. 75-79, 2015. https://doi.org/10.47276/lr.86.1.75