ESPACIALIZAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE MALÁRIA E INDICADORES DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EM MANAUS, AMAZONAS, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.14393/Hygeia73362Palavras-chave:
Vulnerabilidade, Malária, UrbanoResumo
O objetivo desta pesquisa foi analisar a espacialização da incidência de malária em Manaus no período de 2003 e 2022 e a relação com a vulnerabilidade socioambiental urbana. Foram utilizados os dados de casos autóctones (provável local de infecção) e os indicadores de vulnerabilidade foram selecionados conforme revisão de literatura. Foi aplicada a técnica das medianas para classificar os bairros em vulnerabilidade baixa, média-baixa, média-alta, alta. Os resultados mostraram que a incidência espacial da malária predominou nos bairros Tarumã, Santa Etelvina, Puraquequara e Colônia Antonio Aleixo, bairros oriundos de ocupação irregulares e que formavam o limite entre a expansão da “malha urbana” e “rural”. A espacialização da incidência da malária avançou à medida que as ocupações urbanas se expandiam territorialmente na cidade. O mapeamento da vulnerabilidade socioambiental mostrou que os bairros que apresentaram vulnerabilidade alta e média-alta, foram os mesmos que obtiveram alta incidência de malária. A produção de novos espaços urbanos materializados pelas ocupações em Manaus, é a própria reprodução de riscos da malária, assim como das desigualdades socioespaciais, pois, os lugares são compostos por grupos sociais mais pobres, que vivenciam a precariedade de serviços de saneamento e saúde o que influencia no maior risco de contrair a malária.
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